Acusados de receber pelo menos R$ 60 mil em propina de uma empresa contratada pelo Ministério da Fazenda, o chefe de gabinete do ministro Guido Mantega, Marcelo Fiche, e o seu substituto, Humberto Barreto Alencar, foram exonerados ontem dos cargos. A Polícia Federal abriu inquérito para investigar as denúncias e começará, na próxima semana, a tomar o depoimento dos envolvidos.
Logo após o escândalo vir a público, há pouco mais de duas semanas, Fiche e Alencar foram afastados das funções e, oficialmente, entraram de férias para se defender das acusações. Eles negam as irregularidades, assim como a Partners, empresa que presta assessoria de imprensa ao ministro desde o início do ano, da qual sairiam os repasses para os dois funcionários.
A denúncia, publicada pela revista Época, foi feita por Anne Paiva, ex-secretária da Partners, que faria os pagamentos por orientação do diretor financeiro da companhia, Vivaldo Ramos. De acordo com a revista, o contrato com o ministério teria sido superfaturado e a Partners incluiria empregados fantasmas nas prestações de contas para aumentar o valor recebido dos cofres públicos.
Em comunicado distribuído à imprensa, ontem, Fiche disse que partiram dele e de Alencar os pedido para não retornarem aos cargos depois das férias, a fim de permitirem que as investigações “sejam feitas com toda tranquilidade”. O ex-chefe de gabinete rechaçou as denúncias e queixou-se de “ilações mentirosas” que tem sido feitas sobre sua vida privada. A situação dos dois servidores, no entanto, havia se tornado insustentável. Segundo o jornal O Globo, chegou ao Planalto a informação de que Fiche usou informação privilegiada de leilão da Receita Federal para comprar um carro com valor de mercado de R$ 250 mil pela metade do preço.
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