O grupo de auditores fiscais investigados pelo esquema de corrupção na cobrança do ISS (Imposto sobre Serviços) na Prefeitura de São Paulo pode estar envolvido em outro braço na cobrança de propinas. A denúncia é de Vanessa Alcântara, ex-mulher do auditor fiscal Luis Alexandre Cardoso de Magalhães e foi publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo nesta sexta-feira (29).
Vanessa chamou, durante depoimento prestado ao Ministério Público na última quarta-feira (27), de “Operação Brás” o esquema de cobrança de propinas de donos de pequenas obras na capital paulista. A informação foi confirmada pelo promotor Marcelo Daneluzzi, que disse que a ex de Magalhães não deu detalhes sobre o período de funcionamento desse esquema ou o nome de outros envolvidos.
Segundo informações do jornal, quando os valores obtidos pela quadrilha do ISS não eram tão altos quanto os fiscais queriam, eles procuravam pequenos comerciantes ou obras menores para cobrar propina, sob ameaça de embargar as construções. Muitas vezes, a propina era paga com cheque, os quais Magalhães trocava em sua casa lotérica. Todo o teor do depoimento já está com o promotor Roberto Bodini, que lidera as investigações na área criminal.
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Daneluzzi, que investiga a improbidade administrativa de Magalhães, deu detalhes do padrão de vida do auditor, cujo patrimônio está estimado em R$ 19 milhões. Segundo o promotor, o gasto mensal de R$ 30 mil dele é incompatível com o salário que ele ganhava como servidor na Secretaria Municipal de Finanças, de R$ 15 mil. Por fim, Vanessa teria ainda dado pistas sobre possíveis provas a serem colhidas pelo MP contra os auditores investigados.
O grupo de auditores investigados pode ter gerado um prejuízo de até R$ 500 milhões aos cofres públicos, segundo a Promotoria.
Empresas dizem apoiar investigações
Citadas durante as investigações do MP, as construtoras Tecnisa, Tarjab, BKO e Trisul afirmam estarem colaborando ou dispostas a colaborar com os trabalhos de apuração do esquema de corrupção. Elas foram criticadas nesta semana por Bodini por “falta de colaboração” com os promotores, que não descartam pedir a quebra do sigilo bancários de todas elas na próxima semana.
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Até o momento, a Brookfield admitiu ter pago R$ 4,1 milhões em propina, enquanto uma testemunha protegida disse que a Alimonti foi extorquida em R$ 460 mil.
O MP ainda apura se as construtoras eram vítimas da quadrilha de fiscais ou se participantes do esquema de corrupção.
Foto: DivulgaçãoFonte: R7
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