O velho sonho do avô – que vive em país muçulmano – de algum dia ver o Papa foi realizado pelo seu neto A., de 24 anos, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro. Assim como outros 40 peregrinos de países onde há perseguição religiosa e conflitos armados, o rapaz foi jurado de morte só por participar desse evento.
Por isso, ele não quer ir embora e está pedindo asilo ao governo brasileiro. “Não posso voltar. Já avisaram que matam não só a mim, mas toda a minha família” – contava ontem, chorando, na Casa de Acolhida da Caritas Arquidiocesana do Rio, segundo reportagem de “O Estado de S. Paulo”. http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,apos-jornada-peregrinos-pedem-refugio-no-brasil,1066951,0.htm
“Estou triste por não ver mais o rosto da minha mãe antes de dormir, mas lá não consigo um bom emprego pelo simples fato de ser cristão, mesmo tendo estudado toda a minha vida e me formado em Artes e Jornalismo.”
Alguns desses peregrinos – cujo nome e nacionalidade não foram revelados para resguardar a integridade dos parentes que ficaram em seus países – trazem marcas de tortura no corpo, e suas famílias têm um histórico de mortes e humilhações.
“Aqui as pessoas são muito felizes. É o paraíso. Na minha comunidade, se você é cristão e não muçulmano, não te dão nem um copo d'água. Sou coagido o tempo todo a virar muçulmano, mas podem cortar a minha cabeça que eu não viro, pois tenho muito orgulho da minha fé”, disse outro rapaz.
“Mataram meu pai e minha irmã quando ela tinha 7 anos. Minha mãe teve de fugir da nossa cidade”, relatou outro refugiado. Os jovens já marcaram entrevistas na Polícia Federal para darem início ao processo de candidato a refugiado. Os casos serão analisados pelo Comitê Nacional para Refugiados (Conare).
Segundo Andrés Ramírez, representante no Brasil do Alto Comissariado da ONU para Refugiados, seus casos se enquadram na lei 9.474, que reconhece como refugiado todo indivíduo que com fundados temores de perseguição por motivos de religião “encontre-se fora de seu país e não possa ou não queira acolher-se à proteção de tal país”.
E ainda há quem diga que o Islã é uma “religião de paz”, e que a religião de Cristo pode subsistir de algum modo no paganismo.
( * ) Luis Dufaur é escritor e colaborador da ABIM
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