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segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Reação ao "Chavismo" já é notória na Venezuela

Na Venezuela, quarenta e cinco oficiais que hoje estão na reserva — incluindo mais de uma dezena de generais e almirantes e um ex-Ministro da Defesa — acusaram abertamente o chavezismo de romper o fio constitucional do país para instaurar um regime ditatorial de fato, nos moldes de Cuba, e asseveraram que uma sublevação militar no país já está plenamente justificada sob a atual Constituição para recuperar e defender a democracia.
Numa proclamação, os oficiais acusaram o chavezismo de ter entregado a Venezuela a Cuba e de permitir que Havana dê ordens dentro dos quartéis, doutrine crianças com a ideologia castrista nas escolas e desmantele as instituições democráticas do país para instaurar um regime comunista nos seus moldes ditatoriais.
“Consideramos oportuno expor à opinião pública nacional e internacional que uma ação militar dirigida para recuperar o fio constitucional, voltar ao sistema democrático como forma de governo, e defender a soberania do país, não constitui um Golpe de Estado, desde que tudo seja feito de conformidade com o que estabelece a nossa Carta Magna vigente, em seus artigos 333 e 350, e na assunção de suas funções determinadas no artigo 328 do mesmo texto constitucional”.
“O artigo 350º, da Constituição da República Bolivariana da Venezuela, estipula que “o povo da Venezuela, fiel a sua tradição republicana, a sua luta pela independência, à paz e à liberdade, desconhecerá qualquer regime, legislação ou autoridade que contrarie os valores, princípios e garantias democráticas ou menospreze os direitos humanos”.
A proclamação é assinada pelo ex-Ministro da Defesa, Vicente Luis Narváez Churión (General de Divisão), o ex-Secretário da Defesa, Efraím Díaz Tarazón (Vice Almirante), o ex-Comandante do Exército, Carlos Julio Peñaloza (General de Divisão) e o ex-Comandante da Marinha, Jesús Rafael Bertorelli Moreno (Vice Almirante).
Mesmo assim, o documento é subscrito pelo Inspetor Geral da Guarda Nacional, Rafael Damiani Bustillos (General de Divisão), pelo Chefe do Estado Maior das Forças Armadas Nacional, Héctor Ramírez Pérez (Vice Almirante) e pelo Presidente do Instituto Nacional de Portos, Freddy Mota Carpio (Vice Almirante).
Assinaram adicionalmente o vice Ministro de Segurança da Cidadania, Luis A. Camacho Kairuz (General de Divisão da Guarda Nacional), e os generais de brigada da Força Aérea, Mariano Márquez Oropeza, Eduardo Báez e Pedro Pereira. A lista também inclui mais de duzentos coronéis, comandantes, capitães e tenentes das diferentes armas das Forças Armadas venezuelanas.
Os que assinaram a proclamação disseram que se pronunciaram a respeito por ocasião de “um grande debate nacional” sobre a legitimidade de uma possível (e provável) intervenção militar para solucionar a crise política e econômica (e, pois social) que o país atravessa.
De acordo com os militares, o chavezismo exerce o poder de “forma arbitrária e autoritária” e viola os princípios básicos de qualquer governo democrático.
Os signatários do documento também denunciaram que o chavezismo, sob a influência da ditadura comunista cubana, pretende impor aos venezuelanos “condições de obediência cega e de submissão”, humilhantes e inaceitáveis para que a população se veja obrigada a aceitar tal subserviência que impedirá “que possam aspirar um mínimo de sustento e sobrevivência”.
Por outro lado, os militares sublevantes acusaram o atual líder do chavezismo, Nicolás Maduro, de exercer o poder de forma ilegítima, através de inúmeras fraudes e irregularidades eleitorais perpetradas com o uso da força e da pressão do estado sobre os eleitores.
“Na Venezuela de hoje, e já a vários meses, o atual regime parece obstinado a nos conduzir a um despenhadeiro colocando no poder um indivíduo que o exerce de modo ilegítimo, tanto por origem como por desempenho, e sobre quem recai justificadas suspeitas de ter dupla nacionalidade e de não ser venezuelano nato” como exige a Constituição, declara a proclamação, em menção às acusações da oposição de que Maduro nasceu na Colômbia.
Segundo os militares, Maduro tem sido um presidente que “permite que continue a invasão do país por parte de grande contingente de agentes do regime castrense-comunista cubano; que tem entregado as riquezas nacionais a potências estrangeiras em troca de sua permanência no poder; que tem metido a Venezuela na pior crise social (econômica e política) de sua história republicana; que tem permitido que o país seja convertido numa ponte e depósito do narcotráfico e num dos países mais corruptos do planeta”, bem mais até que o Brasil da "era petista".
Os oficiais militares também alertaram sobre os esforços do chavezismo para destruir a institucionalidade dentro das Forças Armadas do país, através de uma política irracional de promoções em massa, política que descrevem como absurda e que tem levado à nomeação de centenas de generais e de almirantes sem que, de fato, disponham de postos de comando.
Tal prática, junto com a presença de grande contingente de pessoal militar e civil cubano nos quartéis, está destruindo a instituição militar no país, disseram eles.
O fato é que a economia da Venezuela está destroçada pelo chamado “socialismo do século XXI” ou “bolivarianismo”, com o êxodo de capitais privados e de mão de obra qualificada para outros países da região, principalmente Colômbia, Peru, e Chile. A inflação já é a maior do mundo, o grau de liberdade individual no país é cada vez menor, e a corrupção nos meios governamentais é irrefreável. O socialismo venezuelano começa a naufragar porque está se acabando dinheiro... Dos outros!
O mesmo está programado também para o Brasil. Resta saber se os brasileiros permitirão que isso aconteça.
*Francisco Vianna, com mídia internacional.

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