Para as pessoas que usam plataformas móveis, como celulares e tablets, em um processo de compra --comparando preços ou comentando produtos, por exemplo--, efetivar a operação é o que menos interessa.
Segundo uma pesquisa da agência de publicidade Giovanni+Draftfcb, apenas 8,7% desses usuários, intitulados "mobile shoppers", já fizeram compras pelo celular no Brasil. A média global é de 47%.
O estudo mostrou que fazer compras ocupa décimo lugar em um ranking que mostra a utilidade do celular para diferentes atividades relacionadas a adquirir um produto. Segundo a pesquisa, enquanto os brasileiros preferem usar seus aparelhos para comparar preços, os "mobile shoppers" do resto do mundo destacam a busca pela localização --função que ocupa apenas o sétimo lugar entre os brasileiros.
"Talvez as compras não se tornem o comportamento principal nunca. As pessoas provavelmente sempre vão comentar aquisições, comparar preços ou procurar locais mais frequentemente do que realizar a compra de fato", afirma Rafael Barreto, diretor geral de planejamento da empresa.
Dados da consultoria E-bit indicam que, em junho deste ano, as compras por dispositivos móveis representaram 3,6% das transações do comércio virtual no Brasil. No mesmo mês de 2012, esse índice foi de 1,3%.
Para o diretor, o "mobile shopping" no Brasil ainda enfrenta algumas dificuldades. "A questão da tecnologia, como a baixa qualidade de sinal, é um gargalo dessa área", diz.
Barreto também afirma que as grandes empresas precisam colocar essas plataformas como uma prioridade nos próximos anos.
"Precisamos entender que 'mobile shopping' é muito mais do que fazer compras no celular. Com a presença de dispositivos móveis, o ato de comprar se torna muito mais social", explica.
Dados da pesquisa indicam que o Brasil fica atrás apenas da Alemanha no potencial de público para o setor.
"O brasileiro é um povo muito engajado socialmente. Vemos isso desde a explosão das mídias sociais. O brasileiro quer dar sua opinião sobre o que comprou, quer ajudar os outros a escolher um produto. Isso é uma grande oportunidade", afirma Barreto.
O estudo foi feito com 7.500 pessoas de 18 a 64 anos em oito países. No Brasil, foram ouvidas 947 pessoas. Fonte: Com informações de Folha de São Paulo
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