A grilagem de terras no sul do Piauí é tão escandalosa que, até defunto registra verdadeiros latifúndios após a morte. O advogado Agatângelo Neiwa Luz tem em seu poder cópias e também originais de documentos que provam a existência de grilagem por pessoas falecidas.
Diz ele que, a prática é comum na região. Os grileiros fazem o registro em nome de uma pessoa falecido e depois transferem para seus laranjas. “A falta de respeito aliada a impunidade é tão descarada e vergonhosa que eles sequer dão bolas para as datas e acabam fazendo o registro em cartório após a morte com a assinatura do vendedor, como se ele estivesse vivo”, diz Agatangelo.
Há casos, segundo o advogado, de pessoas que morreram há dez anos e o registro é recente com a assinatura do morto como se vivo estivesse. Ele denuncia que há um conluio entre grileiros e alguns cartórios na feitura dos documentos fraudados.
DESAFIO
O advogado faz um desafio: “eu gostaria de ser chamado para depor numa CPI, mutirão, Ministério Público, enfim, algo que acreditasse no que estou dizendo. Quero mostrar as provas do que falo, mas, infelizmente ninguém me ouve”.
CORREGEDOR MANDA APURAR ENVOLVIMENTO DE MAGISTRADOS
O Corregedor do Tribunal de Justiça, desembargador Paes Landim baixou portaria nesta 3ª feira, mandando apurar as denuncias de envolvimento de magistrados na grilagem de terras no sul do Piauí. Foram designadas duas juízas. As Dras. Lizabeth Marchet e Eliana Marcia.
Elas terão 30 dias para, com toda autonomia, realizar todos os procedimentos necessários para apurar rigorosamente as denuncias que, para o Corregedor são graves. A AMAPI - Associação dos Magistrados vai acompanhar as investigações. As denuncias partiram do juiz da Vara Agrária e publicadas na imprensa local.
Segundo ele, há um associação criminosa que envolve os três poderes do Estado na grilagem de terras no Piauí. Repórter: Pedro Alcântara*http://180graus.com
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