A obra do Maracanã, tocada inicialmente pelo consórcio formado pela Andrade Gutierrez, Odebrecht e Delta, a um custo de R$ 600 milhões, já está orçado em R$ 1 bilhão e 120 milhões. Não devemos esquecer que estas empresas ganharam a concorrência porque apresentaram o melhor preço. O melhor preço já aumentou 87%. E tende a aumentar ainda mais. Segundo o governador do Rio, Sérgio Cabral(PMDB), tudo isso deveu-se " a uma série de variáveis não esperadas", como se isso fosse problema dos cofres públicos e não das construtoras que apresentaram um preço vil para vencer a concorrência, certos dos polpudos aditividos que impõem no decorrer da obra.
Dois dias depois de autorizar um novo aditivo, no valor de R$ 200 milhões, ontem foi divulgado o resultado da concorrência para exploração do Maracanã, por 35 anos. Adivinhem quem venceu? A Odebrecht, com uma proposta de R$ 192,5 milhões. Na verdade, R$ 7,5 milhões a menos do que o aditivo recebido dois dias antes. É mais ou menos assim: o país pagou R$ 200 milhões a mais pela obra do estádio para que a Odebrecht devolva R$ 192,5 milhões nos próximos 35 anos. Só mesmo no Brasil a construtora do estádio ganha a sua concessão nestas condições. E ninguém fala nada. Sabem por quê? Porque a Odebrecht contribui generosamente para a campanha eleitoral de todos os partidos. É só olhar as contas depositadas no Tribunal Superior Eleitoral.
Ontem à tarde, segundo a Veja, a Justiça do Rio de Janeiro impugnou a concorrência para concessão do estádio. A liminar expedida pela 9ª Vara de Fazenda Pública determinou que o governo não pode celebrar o contrato até o julgamento do mérito de uma ação do Ministério Público. No mês passado, o MP quis travar a concessão por considerar que a IMX de Eike Batista foi favorecida no processo. Na decisão, a juíza Gisele de Faria considera que ‘a presença de ilegalidades contamina a licitação’ e determina multa de 5 milhões de reais ao governo do Rio caso a medida não seja cumprida. (coturnonoturno)
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