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domingo, 12 de maio de 2013

Com avanço dos direitos, violência contra gays não cai


O Relatório Anual de Assassinato de Homossexuais de 2012, compilado pelo Grupo Gay da Bahia, mostrou que 338 gays, travestis e lésbicas foram assassinados no ano passado, fazendo o país ocupar o primeiro lugar no ranking mundial de assassinatos homofóbicos. Nos dois primeiros meses de 2013, já foram 48 homicídios. À medida que os direitos avançam, a estatística de violência aumenta: em 2011 foram 266 mortes; em 2010, 260. A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, que possui o Disque 100 (canal telefônico por onde homossexuais podem denunciar casos de violência), registrou, em 2011, 1159 reclamações. Em 2012, o número mais que dobrou: 3017.Os campeões de reclamações (em relação ao seu número de habitantes) são: Distrito Federal, Mato Grosso, Paraíba, Rio Grande do Norte e Piauí. Em três deles (DF, PB, PI), por exemplo, gays podem se casar.
— As estatísticas mostram que não é uma lei que muda o sofrimento e o preconceito. A violência se desdobra, com coisas do tipo bullying, dificuldade de o gay obter um trabalho, ou uma promoção, dificuldade de adotar um filho, ou de sua criança conseguir vaga nas escolas públicas. É preciso ir além do casamento gay, porque nem todo gay vai querer se casar — diz Beto de Jesus, diretor do Instituto Edson Néris, que culpa o governo federal, “que cede cada vez mais à bancada evangélica”, pelos entraves em leis como a que criminaliza a homofobia e puniria crimes de ódio e intolerância. São Paulo, considerado um estado bastante tolerante aos gays, tanto socialmente quanto juridicamente, ainda é, em números absolutos, onde mais homossexuais morrem: foram 45 pessoas assassinadas em 2012. O risco de um transsexual ser morto no Brasil, é 1.280% maior do que os Estados Unidos. No Rio, 13 homossexuais foram assassinados em 2012. (O Globo)

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