Uma das vítimas do segundo sargento da Aeronáutica Edvaldo Silva Rodrigues Junior, preso na última sexta-feira (7) e que confessou ter estuprado pelo menos dez mulheres em bairros da zona norte do Rio, foi uma das filhas de um coronel do Exército. A jovem, de 23 anos, foi obrigada a fazer sexo oral, a poucos metros de casa, no bairro do Riachuelo, no dia 23 de novembro.
Ao perceber a aproximação de Edvaldo, a vítima tentou entregar a bolsa, pois pensou tratar-se de um assalto. O sargento então disse: “Não quero a bolsa, quero você. Se não fizer o que eu quero, te mato”.
No momento do crime, praticado atrás de um carro estacionado na rua, a irmã mais nova da vítima passou pelo local e viu Edvaldo, mas não viu a irmã. Ela pensou que o militar estivesse urinando na rua.
As ameaças de morte eram comuns nos ataques de Edvaldo. Uma menina de 14 anos, que foi abordada, mas conseguiu fugir do estuprador, contou que ele ameaçou dar um tiro nela, caso ela não obedecesse. Ele ainda disse que sabia onde a adolescente morava e estudava.
A adolescente foi abordada por ele no dia 22 de novembro, um dia antes de atacar a filha do coronel, na rua Cameta, em Cascadura.
Prisão preventiva decretada
Edvaldo deve ficar preso até o julgamento. Na última terça-feira (11), mesmo dia em que o prazo da prisão temporária dele venceu, o juiz Rafael Estrela, da 35ª Vara Criminal, decretou a prisão preventiva do militar.
Na decisão, o magistrado relata a própria confissão de Edvaldo: “O acusado descreveu minimamente a dinâmica dos fatos, o que retrata sua personalidade inclinada à prática de delitos contra a liberdade sexual”.
O juiz acrescenta que casos como este têm chocado a opinião pública.
“Ações delituosas como estas estão assustando a sociedade, encontrando-se todos, à espera de uma pronta intervenção do Poder Judiciário, mesmo que de natureza ainda provisória, deve ser decretada a prisão do acusado para a garantia da ordem pública, da aplicação da lei penal e elucidação dos fatos”.
Além de responder pelos crimes na Justiça comum, o militar também é alvo de um procedimento interno aberto pela Aeronáutica. Ele será submetido ao Conselho de Disciplina, que pode decidir pela expulsão de Edvaldo.
Edvaldo Silva Rodrigues Junior disse em depoimento na Delegacia do Engenho Novo (25ª DP), que não conseguia ficar mais do que dois dias sem violentar uma mulher, pois “sentia uma vontade incontrolável”.
Edvaldo também disse que sentia muito prazer em se masturbar na rua e que começou a fazer isso com a intenção de que as mulheres o vissem, mas que há aproximadamente quatro meses decidiu abordá-las e obrigá-las a masturbá-lo e a fazer sexo oral nele. Ele também exigia penetração nas vítimas.
Ainda em depoimento, o militar diz que violentou dez mulheres, mas atacououtras cinco. Essas, porém, conseguiram fugir. Edvaldo ainda listou os bairros onde fez vítimas: Inhaúma, Engenho Novo, Méier, Ramos, Engenho de Dentro, Marechal Hermes, Rocha, Sampaio e Piedade, todos na zona norte.
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