O corpo da jovem de 23 anos que morreu depois de ser estuprada e espancada por seis homens em um ônibus em Nova Délhi, na Índia, no último dia 16 de dezembro, foi cremado neste domingo (30). Uma onda de indignação e luto toma conta do país, onde manifestantes exigem maior proteção às mulheres vítimas de violência sexual. A cerimônia privada ocorreu na capital indiana, logo após o corpo da mulher ter chegado a Nova Délhi em um voo especial da Air India, vindo de Cingapura, para onde a vítima havia sido enviada para receber tratamento médico especializado. A segurança da cerimônia foi reforçada. Nem o público, nem meios de comunicação tiveram acesso ao crematório. O primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, e a líder do partido do Congresso, Sonia Gandhi, foram ao aeroporto para receber o corpo e encontrar os membros da família da vítima que estavam no voo. Horas depois da morte da vítima na madrugada de sábado, a polícia indiana acusou seis homens que haviam sido presos por suspeita de participação no estupro coletivo de assassinato. Eles já haviam sido acusados de espancamento e estupro. A tragédia obrigou a Índia a enfrentar a realidade de que mulheres vítimas de violência sexual são frequentemente responsabilizadas pelo crime e desencorajadas a procurar ajuda por medo de expor suas famílias ao ridículo. A polícia se recusa muitas vezes a aceitar denúncias de estupro feitas por vítimas, e os raros processos que chegam aos tribunais podem se arrastar por anos. Foto AFP - BN
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