Do BOL, em São Paulo
Luís Roberto Cappio, juiz local do Fórum de Euclides da Cunha (a 327 km de Salvador), apura uma denúncia de adoção irregular de crianças. De acordo com o site “A tarde” (Bahia), o caso relatado é o de um casal de gêmeos, entregue a estrangeiros, em agosto de 2002 - dez anos antes do escândalo decorrente da retirada de cinco crianças de uma família da cidade vizinha de Monte Santo (a 352 km da capital), as quais foram entregues a famílias paulistas em junho de 2011, mas o caso foi denunciado este ano. Para Cappio, a denúncia reforça a suspeita de que uma quadrilha agiria na região: "O caso foi há dez anos, e é óbvio que não foi o único, temos que saber quantos foram. O indício é de tráfico, internacional inclusive". A mãe dos gêmeos hoje tem 31 anos. Ela contou ter entregue os bebês no dia seguinte ao nascimento a uma moradora de Euclides da Cunha que seria a agenciadora: "Eu não tinha como cuidar deles, pois já tinha dois filhos (hoje com 13 e 12 anos). Não tive apoio do pai deles". Ela declarou ter recebido uma cesta básica para entregar as crianças. O depoimento foi colhido pelo promotor público Luciano Ghignone. A mãe, que tem a identidade preservada, disse que as pessoas que receberam os bebês não falavam português e chegaram de avião em um campo de pouso da região: "Me disseram que um casal de São Paulo ficaria com os bebês, mas eles falavam outra língua, acho que espanhol. Eu só quero saber se eles estão bem e aceito os dois de volta se estiverem sendo maltratados ou se eles quiserem". Ela conheceu a agenciadora quando trabalhava para ela como doméstica. Hoje vive em uma casa humilde com os pais e os outros filhos - teve mais dois após os gêmeos. A mulher falou, ainda, sobre uma amiga que também teria gêmeos levados pela mesma agenciadora. O magistrado Cappio não descarta incluir a dona de casa em um programa de proteção.
Silêncio na CPI
Também nesta terça-feira (13), a principal suspeita de intermediar as adoções ilegais em Monte Santo, Carmen Topschall, compareceu à Câmara Federal, em Brasília, para falar aos integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico de Pessoas. Acompanhada por dois advogados e munida de habeas corpus, ela se recusou a falar, irritando os deputados. O marido dela, o alemão Bernhard Topschall, também com habeas corpus, ficou calado. Com informações do site "A Tarde" (Bahia).
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