- O líder do DEM na Câmara, ACM Neto (BA), defendeu na última terça-feira a “imediata instalação” da CPI do Cachoeira para investigar as relações do bicheiro Carlinhos Cachoeira com parlamentares, visto que além do senador Demóstenes Torres surgiram nomes de alguns deputados de Goiás também ligados ao 'empresário' da contravenção. Coube ao deputado Delegado Protógenes (PCdoB-SP) protocolar o pedido para formação da CPI, que não foi criada, pois está dependendo de um despacho do presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS). Pelo que se vê, ainda vai levar algum tempo para esse despacho ser efetivado pelo presidente da Câmara. É que ninguém está interessado que a CPI seja formalizada e muito menos que ela funcione. No caso, não ficaria bem para o Governo mobilizar sua tropa de choque para impedir o funcionamento da CPI, mesmo sendo os parlamentares envolvidos integrantes da oposição;
- É praticamente certo que o Governo e a oposição tenham feito algum tipo de acordo por baixo dos panos, por razões bastante óbvias. Primeiramente, o DEM, partido ao qual o senador goiano era filiado não quer ver a sua legenda sendo constantemente citada durante os trabalhos da CPI, pois já anda em baixa, especialmente depois da criação do PDS pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, pois seria uma propaganda bastante negativa, principalmente pela imagem de arauto da moralidade política da qual Demóstenes desfrutava. Outro partido da oposição, o PSDB, também não interesse na CPI, porque também estaria com a sigla exposta de modo negativo com a presença do nome do governador de Goiás, Marconi Perillo, que é tucano;
- Por sua vez, a CPI também não está nos planos do PT, visto que ao se cuidar de Carlinhos Cachoeira com certeza voltaria à mídia no nome de Valdomiro Diniz e a cena dele recebendo propina do bicheiro goiano voltaria a circular na mídia. Como se recorda, Valdomiro era intimamente ligado ao então ministro da Casa Civil de Lula, o famoso Zé Dirceu, e a cena acabou deslanchando a descoberta do Mensalão do PT, culminando com a queda do super ministro de Lula e a cassação de seu mandato de deputado federal;
- É dessa forma que casos como o de Demóstenes Torres é tratado. No Senado já há a possibilidade de funcionar o corporativismo, pois o que não falta naquela Colenda Casa Legislativa é senador de rabo preso na Justiça. Com a palavra, o eleitor. De http://pontoetvirgula.blogspot.com.br/
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