Uma medida adotada por uma escola municipal de São José dos Campos, cidade do interior de São Paulo, tem criado polêmica entre pais e alunos da instituição de ensino. A direção da Escola Sebastiana Cobra, no bairro Jardim das Indústrias, instalou no início deste ano câmeras de monitoramento para evitar casos de vandalismo e brigas no ambiente escolar. Os aparatos de segurança, dezesseis no total e distribuídos por toda a unidade de ensino, foram colocados inclusive nos banheiros masculino e feminino, o que tem gerado reclamação.
A mãe de uma das alunas pediu à direção da escola a retirada das câmeras de monitoramento dos banheiros, com o argumento de que o aparato de vigilância incomoda os estudantes e atenta contra a privacidade. A opinião não é compartilhada por todos os pais, entre os quais alegam que as câmeras trazem segurança ao ambiente escolar. Os dispositivos de monitoramento foram instalados sobre as portas dos banheiros e filmam apenas o hall e os lavatórios, sem captar imagens das cabines sanitárias.
"No banheiro, elas não causam constrangimento, porque são colocadas de uma maneira que não expõem nenhum dos alunos", afirmou Daniele Soares, mãe de um dos estudantes, em entrevista à TV Globo.
A decisão de instalar as câmeras de segurança foi tomada no final do ano passado pela comunidade escolar, por sugestão de alguns pais. A medida tem como objetivo evitar casos de indisciplina, como intimidação entre alunos (os mais velhos ameaçando bater nos mais novos) e o chamado bullying.
Nos banheiros, a proposta é reduzir o número de atos de vandalismo, com pichações e entupimento intencional dos vasos sanitários com rolos de papel higiênico.
A Secretaria de Educação de São José dos Campos informou que, após a instalação dos aparatos de vigilância, houve queda nos atos de vandalismo nos banheiros.
A chefe de divisão do Ensino Fundamental da Secretaria de Educação de São José dos Campos, Glícia Maria Pires Figueira, afirmou que uma pesquisa de opinião realizada com os pais dos estudantes sobre a instalação das câmeras mostrou que a maioria é favorável aos aparatos de vigilância na unidade de ensino. De 350 pais consultados, apenas seis foram contrários à instalação das câmeras, inclusive no banheiro.
"A comunidade escolar tem autonomia de tomar essa medida e a Secretaria de Educação não é contra desde que seja preservado o direito de ir e vir dos alunos e seja benéfico ao ambiente escolar", afirmou a chefe de divisão. Da Agência O Globo
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