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quarta-feira, 26 de outubro de 2011

POLITICA> OS EX-MINISTROS DO GOVERNO DILMA

O ministro Orlando Silva chega para dar entrevista coletiva em hotel, em Guadalajara
O ministro do Esporte, Orlando Silva, chega para dar entrevista coletiva em hotel, em Guadalajara, no México
Após enfrentar nova crise na Esplanada, a presidente Dilma Rousseff perdeu hoje mais um ministro, totalizando agora seis que já deixaram o governo desde o início do mandato da petista. Desta vez, o envolvido foi o titular do Esporte, Orlando Silva, filiado ao PC do B.
Ele responde às acusações de ter participado de um suposto esquema de fraude no programa Segundo Tempo, do Ministério do Esporte. As suspeitas foram levantadas pelo policial militar João Dias Ferreira em entrevista a revista "Veja".
Ferreira e seu motorista, Célio Soares Pereira, disseram à revista que o ministro recebeu parte do dinheiro desviado pessoalmente na garagem do ministério.
Segundo o ministro, que tem desqualificado o policial militar em entrevistas e nas oportunidades que falou do assunto, disse que as acusações podem ser uma reação ao pedido que fez para que o TCU investigue os convênios do ministério com a ONG que pertence ao autor das denúncias.

Em nota, o Ministério do Esporte disse que João Dias firmou dois convênios com a pasta, em 2005 e 2006, que não foram executados. O ministério pede a devolução de R$ 3,16 milhões dos convênios.
De acordo com o ministro, desde que o TCU foi acionado, integrantes de sua equipe vêm recebendo ameaças.

A situação de Orlando se agravou ontem (25), data em que o STF (Supremo Tribunal Federal) iniciou, de fato, as investigações de um suposto envolvimento do ministro em fraudes na pasta. E após a Folha revelar que em julho de 2006 Orlando assinou um despacho que reduziu o valor que a ONG do policial precisava gastar como contrapartida para receber verbas do governo, permitindo que o policial continuasse participando de um programa social do ministério.
O documento, revelado ontem pela reportagem, foi o primeiro a estabelecer uma ligação direta entre Orlando e o policial, que hoje acusa o ministro de comandar um esquema de desvio de dinheiro público para alimentar o caixa do PC do B.

Na segunda-feira (24), Ferreira prestou depoimento à Polícia Federal e disse ter entregado áudios de uma reunião que fez com funcionários da pasta para tentar resolver a prestação de contas de um de seus convênios. Em entrevista após o depoimento, o policial afirmou que existia ao menos 20 dirigentes de ONGs que poderiam confirmar o esquema.

A Folha revelou no sábado que o pastor David Castro, que dirige a Igreja Batista Gera Vida, de Brasília, e recebeu R$ 1,2 milhão do Esporte, afirmou que foi pressionado a repassar 10% do dinheiro para os cofres do PC do B.



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