Em crise com sua base aliada no Congresso, a presidente Dilma Rousseff decidiu nesta sexta-feira (10) trocar de pastas os ministros da Pesca, Ideli Salvatti, e das Relações Institucionais, Luiz Sérgio. O agora ex-titular da coordenação política se enfraqueceu no cargo após a saída de Antonio Palocci da Casa Civil, na última terça-feira (7).
A definição foi feita depois de Luiz Sérgio ir ao Palácio da Alvorada para entregar seu pedido de afastamento a Dilma. Em seguida, a presidente se reuniu no Palácio do Planalto com Ideli, com quem esteve na quinta-feira (9) em Santa Catarina. A ex-titular da Pesca aceitou o convite, apesar das restrições de petistas na Câmara dos Deputados.
Ideli, 59, foi líder do governo Luiz Inácio Lula da Silva no Senado. Em 2010, disputou o governo de Santa Catarina e foi derrotada por Raimundo Colombo (de saída do DEM para o PSD). Indicada à pasta da Pesca, foi contestada por não ter experiência na área. Sua indicação ao cargo foi aprovada pelo PMDB, partido do vice Michel Temer.
O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), também era cotado para o cargo. Luiz Sérgio é deputado federal licenciado, mas se voltasse ao Congresso enfrentaria divisões na própria bancada petista que liderou até recentemente. Na quinta-feira, ele usou seu perfil no microblog Twitter para negar que tivesse pedido demissão.
Com a mudança, o governo tem três mulheres nas principais posições do Palácio: além de Dilma e de Ideli, Gleisi Hoffmann se tornou ministra-chefe da Casa Civil depois de denúncias apontarem o rápido enriquecimento de Palocci, detonando uma crise na articulação política do Palácio do Planalto com o governo.
O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), chegou a defender a manutenção de Luiz Sérgio em uma pasta fortalecida –a falta de força do ministro no Palácio do Planalto rendeu a ele no Congresso o apelido de “garçom”, por se limitar a anotar pedidos. A grande maioria deles nem sequer se concretizava.De UOL Notícias
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