A presidente Dilma Rousseff está a completar, neste domingo, 100 dias de governo. É o que os americanos chamam de “período de graça”, quando faz-se apenas uma avaliação principalmente para saber quem é o governante. Dilma, partindo desse principio, mostrou-se uma governanta recatada, retraída, de poucos pronunciamentos, evitando as improvisações tão comuns (e tão criticadas) no período Lula. Ela desprezou o populismo fácil, pelo menos até aqui, e preferiu a discrição sem abdicar do comando do cargo que exerce. Esse conjunto, diria, de virtudes, agradou e a colocou muitíssimo bem nas pesquisas, de tal modo que surpreendeu a todos, principalmente à oposição. Os oposicionistas tinham em Lula um alvo certo, diante de tantas asneiras que ele despejava nos seus discursos palanqueiros. Agradava o povão e a seus áulicos e só. Dilma parece que deseja uma imagem nacional, de reconhecimento a partir de outros valores e consciente dos seus deveres. Se assim continuar, marcará história. O jornal “Estado de S. Paulo” pergunta hoje, numa matéria sobre esta questão que comento: “seria Dilma, criada à imagem e semelhança de Lula, capaz de comandar o País sozinha? Para silenciar os críticos nesse quesito, a primeira mulher a ocupar a Presidência fez questão de imprimir a marca de uma governante austera e discreta.Tais características provocaram comparações inevitáveis com seu antecessor e padrinho, um político afeito aos discursos e ao embate direto com a oposição, a mesma oposição que, para fustigá-lo e tentar enfraquecer seu mito, passou a elogiar o jeito de Dilma comandar o País.” São cem dias que ela completa recolhendo elogios dos adversários e dos críticos que contestavam a sua candidatura, entre os quais eu me incluo no segundo conceito. Ela está indo muito bem, embora se assista, no momento, a um total desencontro da sua equipe econômica. É preciso superar essa querela porque o processo econômico enfrenta dificuldades com a inflação que reaparece e com uma política cambial que prejudica as exportações na media em que dólar desaba e o Real mostra uma apreciação que, definitivamente, não interessa. Se pedurar, destrói o setor industrial brasileiro. De resto, Dilma vai bem.(Samuel Celestino) www.bahianoticias.com.br
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