Levantamento mensal das carteiras recomendadas mostra preferência de analistas por ações ligadas a commodities e ao setor financeiro
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Diante desse cenário de política monetária mais restritiva do que anteriormente projetado, bancos e corretoras passaram a recomendar a investidores um portfólio mais diversificado, o que inclui empresas que oferecem uma posição mais defensiva e companhias ligadas a commodities, com receitas em dólar e que se beneficiam de preços elevados no mercado internacional, de acordo com informações do portal Bloomberg Línea.
Levantamento mensal da Bloomberg com 12 bancos e corretoras corroborou essa visão com a presença maior de ações ligadas a commodities, como Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3), e ao setor financeiro, como BTG Pactual (BPAC11) e Itaú Unibanco (ITUB4), entre as mais recomendadas.
A Petrobras é o destaque do mês, com oito recomendações, a despeito das mudanças recentes na administração por decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que cobra mais investimentos da estatal – e isso levou à saída do então CEO Jean Paul Prates e a substituição por Magda Chambriard. Segundo analistas da XP Investimentos, os dividendos ajudam a explicar a recomendação.
“Os dividendos pagos de acordo com a fórmula mínima continuarão a oferecer rendimentos atraentes de 10%-11%. Além disso, a recente reação adversa do mercado às mudanças na administração criou um ponto de entrada favorável, em nossa opinião, com os riscos associados agora parcialmente precificados”, pontuaram os analistas da XP em relatório a clientes.
Para junho, foram selecionados 12 ativos com mais indicações. Entre as novidades estão Cyrela (CYRE3), Direcional (DIRR3), Iguatemi (IGTI11) e Klabin (KLBN11) – todas empatadas com três recomendações.
Segundo a Guide Investimentos, que substituiu a Suzano pela Klabin em sua carteira, o principal motivo para a troca é o que apontou como risco associado à proposta de aquisição da International Paper pela Suzano.
A Guide apontou que a “depreciação do real e a elevação nos preços da celulose devem beneficiar a Klabin, ainda que em menor grau que a Suzano”, mas a empresa “não possui o risco de realizar uma grande operação de M&A no curto prazo”.
Analistas de equity research do BTG Pactual também retiraram a Suzano das recomendações para junho, substituindo a ação pela da Embraer (EMBR3) em razão da exposição cambial e de “uma positiva dinâmica de resultados”. Em maio, a empresa de papel e celulose teve cinco recomendações.