Junior Lourenço (PL-MA) foi o único do seu partido a votar para arquivar denúncia contra parlamentar no Conselho de Ética
Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
O Partido Liberal (PL), do ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro, deve abrir um processo para expulsar o deputado Junior Lourenço (PL-MA) da sigla. O parlamentar foi o único do partido a votar pelo arquivamento da denúncia de rachadinha contra André Janones (Avante-MG) no Conselho de Ética da Câmara. A informação é de uma Metrópoles.
De acordo com as apurações do Metrópoles, a postura do congressista causou descontentamento no PL, e a avaliação é de que Lourenço tem alta taxa de votos favoráveis ao governo do presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O Metrópoles aponta que na quarta-feira (5), em uma sessão marcada por confusões, o colegiado decidiu arquivar a denúncia contra Janones. Dos quatro votos que o PL tinha direito no conselho, só Lourenço deu o voto por livrar o parlamentar. O placar final foi de 12 a 5 pelo arquivamento. A votação aprovou o relatório de Guilherme Boulos, recomendando o arquivamento.
Ainda segundo o Metrópoles, o parecer de Boulos foi apresentado ao Conselho em 15 de maio, mas não foi votado devido ao pedido de vistas dos deputados Alexandre Leite e Cabo Gilberto. No parecer, Boulos alegou que o caso ocorreu antes do exercício do atual mandato de Janones, iniciado em 2023. Antes da votação, o relator destacou que “não foi discutido se houve rachadinha ou não”, uma vez que, como o caso ocorreu na legislatura anterior, não poderia ser analisado pelo Conselho agora. O caso foi revelado pelo Metrópoles em novembro de 2023, com um áudio gravado em 2019 no qual Janones cobra parte dos salários para recompor seu patrimônio, “dilapidado” na campanha pela prefeitura de Ituitaba, em 2016. No aúdio, ele também sugere a criação de uma “vaquinha” para a campanha de 2020.
“Eu pensei de a gente fazer uma vaquinha entre nós, e aí nós vamos decidir se vai ser R$ 50, se vai ser R$ 100, R$ 200, se cada um dá proporcional ao salário. Se cada um der R$ 200 na minha conta, vai ter mais ou menos R$ 200 mil para a gente gastar nessa campanha”, disse o deputado.
Em sua defesa no Conselho de Ética, Janones afirmou que os servidores faziam “contribuições espontâneas” e alegou estar sendo vítima de “perseguição política”, acrescenta o Metrópoles.
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