Seleção estreia na próxima quinta (24), mas já vale ficar de olho nas outras candidatas ao título.
Foto: Lucas Figueiredo/CBF
A maior competição do esporte mais popular do planeta finalmente está entre nós. Catar e Equador fazem a partida de abertura da Copa do Mundo 2022 neste domingo, às 13h, no estádio Al Bayt, que fica na cidade de Al Khor, e dá início a uma edição do Mundial repleta de particularidades, polêmicas e com um clima otimista para a campanha da Seleção Brasileira na competição. A busca pelo hexacampeonato impulsiona a “atmosfera” de Copa do Mundo ao longo das últimas semanas, mas definitivamente não é só no Brasil que se vive essa expectativa.
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O Mundial no Catar, que reunirá mais de três milhões de torcedores ao longo de 28 dias, apresenta forte concorrência na busca pelo título e com atletas no auge de suas formas físicas. Isso porque, ao contrário das edições anteriores, esta Copa acontece no meio da temporada europeia de clubes, entre novembro e dezembro.
Ou seja, os grandes jogadores que atuam no velho continente não chegam ao Catar com o cansaço acumulado de ter jogado uma temporada completa, que na Europa acaba sempre no mês de maio. A expectativa é por uma Copa ainda mais disputada em campo.
E por falar nas disputas, um fenômeno que não acontecia há algum tempo voltou a se manifestar: duas seleções sul-americanas chegando à Copa do Mundo como favoritas. Pois é o que Brasil e Argentina vivem nesse momento. Ambos buscam quebrar a hegemonia europeia que impera desde 2006, quando a Itália conseguiu o tetra. Na sequência, Espanha, Alemanha e França conquistaram a taça.
Mas os elencos comandados por Neymar e Messi se destacam por motivos diferentes. Enquanto a Seleção Brasileira vive uma ótima fase sob aspectos técnicos e físicos, e também a nível coletivo e individual, a Argentina vê Messi como a grande força motriz para chegar à final do dia 18 de dezembro e levantar a taça.
Em julho do ano passado, o craque conquistou sua primeira taça com a camisa do país (a Copa América disputada no Brasil) e quebrou a fama negativa de que não conseguia desempenhar na seleção o que fazia nos clubes. Desde então, o que parecia ser o auge de Messi com a Argentina se mostrou um ponto de partida para uma constante evolução do craque, que chega ao Catar diferente de todas as outras quatro Copas que já disputou.
O atual elenco da Argentina é melhor do que aquele que alcançou a final de 2014 e tem atletas com a ambição de dar ao camisa 10 argentino o maior título que um atleta de futebol pode ter. Há de se descatar também que os hermanos treinados Lionel Scaloni acumulam 36 jogos de invencibilidade.
Essa é a segunda maior sequência na história das seleções, atrás apenas da Itália, que ficou 37 partidas sem perder entre 2018 e 2021. A última derrota dos argentinos foi contra o Brasil, na semifinal da Copa América de 2019, no Mineirão.
Forças europeias
Além de Brasil e Argentina, o favoritismo no Catar se volta também para seleções da Europa. E aqui é importante ressaltar que a maioria delas é bem servida no elenco, mas alguns detalhes as afastam ou aproximam do título. Começando pela atual campeã, a França vive um período de baixa. Não é garantia de que o desempenho será ruim, porque uma marca que perseguiu o elenco comandado por Didier Deschamps, desde o título na Rússia, em 2018, é a instabilidade.
O desempenho foi abaixo do esperado na Eurocopa de 2021, com eliminação nas oitavas de final para a Suíça, nos pênaltis. Na sequência, um respiro de boa atuação quando levantou a taça da Liga das Nações diante da Espanha, ainda em 2021.
Já 2022 é um ano ruim para a França, que caiu na fase de grupos da atual edição da Liga das Nações e foi dominada pela Dinamarca, que se classificou no grupo. Fora isso, Deschamps lida com o azar de ter cinco jogadores lesionados e fora da Copa.
Kanté, Pogba e Kimpembe, trio titular e campeão em 2018, além do goleiro Maignan e do atacante Nkunku, formam a lista de desfalques. Este último vivia grande fase, com 12 gols em 14 jogos pelo RB Leipzig no Alemão.
E se a França parece derrapar nos palpites das favoritas, a Alemanha vem se consolidando como forte candidata, e não só pela tradição. O técnico Hansi Flick tem em mãos sete jogadores que atuam no Bayern de Munique, seu ex-clube. O treinador protagonizou com o clube uma grande campanha ao conquistar a Liga dos Campeões em 2019/20 de forma invicta e replica parte desse DNA intenso do Bayern em sua seleção.
Campeã em 2014, a Alemanha parece ter superado, de fato, a má fase vivida em 2018 ainda sob o comando de Joachim Löw, tem jogadores que compraram a ideia do esquema tático de Flick e vivem ótima fase individualmente. Alguns exemplos são Gnabry, Sané, Kimmich e Musiala do Bayern. Sem falar de Thomas Müller, que é o artilheiro em atividade das Copas do Mundo com dez gols.
Ainda na esteira das favoritas, é impossível não citar seleções que têm em seu elenco nomes do alto nível do futebol mundial. É o caso de Inglaterra, Espanha, Holanda e Portugal. Cada uma delas tem seu perfil e caminhos diferentes no chaveamento. Mas ao chegar à fase de mata-mata as Copas do Mundo se mostram sempre imprevisíveis.
Nesse bolo ainda dá para citar a Dinamarca, que pode ser a grande surpresa para eliminar favoritas. E já que é inevitável para o Brasil conquistar o título sem passar por seleções de primeira prateleira, é importante que o torcedor entenda o nível de exigência que o elenco de Tite terá na competição.
Força do grupo
Mas de onde vem toda essa expectativa com a Seleção Brasileira? É verdade que o Brasil sempre é apontado como potencial vencedor, afinal é o único penta, mas dessa vez se mostra concreto.