Aliados tentam evitar que o presidente Jair Bolsonaro seja afetado, sobretudo em ano eleitoral
Foto: Clauber Caetano/Agência Brasil
Após o vazamento de áudio no qual o ministro Milton Ribeiro admite priorizar pastores em repasses do Ministério da Educação (MEC), a pedido do presidente Jair Bolsonaro, o governo teme que ele caia “atirando”, caso se sinta abandonado.
Segundo apurou a coluna de Gerson Camarotti no G1, a ala política do governo federal avaliou na manhã desta quarta-feira (23) que o ministro não foi capaz de arrefecer a crise, apesar de ter tentado blindar Bolsonaro na nota que soltou após o incidente, dizendo que o presidente não pediu favorecimento para os líderes religiosos.
Ainda de acordo com a coluna, em meio às turbulências, integrantes do Centrão já estão interessados no ministério e acreditam que a permanência de Ribeiro depende da habilidade do ministro de evitar a “contaminação” do presidente neste episódio, sobretudo em ano eleitoral.
Segundo a coluna, o silêncio de aliados no Congresso e do próprio Palácio do Planalto indicam o quão delicada é a situação, já que o áudio é uma confissão inequívoca de suas condutas à frente do MEC.
O silêncio dos aliados do governo no Congresso Nacional e do próprio Palácio do Planalto é um indicativo da gravidade do cenário envolvendo o ministro da Educação. “Em qualquer outra situação, o ministro já teria sido forçado a pedir demissão imediatamente. Mas não está claro qual será a reação dele [Milton Ribeiro] se perceber que foi abandonado. Se ele confirmar que cumpria ordens do presidente [como está no áudio], o estrago será grande”, disse um líder do Centrão à coluna.