Do UOL, em São Paulo
Alfredo Estrella/AFP
Os mesmos times que decidiram a última Copa América voltaram a ficar frente a frente na final deste ano. Mais uma vez, a definição ficou para os pênaltis. O desfecho da história também foi idêntico. O Chile frustrou novamente a Argentina e conquistou o bi neste domingo ao se mostrar mais competente nas cobranças, após empate em 0 a 0 no tempo regulamentar.
Os títulos nas duas últimas edições são os dois únicos do Chile na história da Copa América. Já a Argentina tem como conquista mais recente da competição a de 1993 e não foi campeã de mais nada desde então.
Craques abrem cobranças de pênaltis com erros
Principal estrela do Chile, Vidal pegou a bola para fazer a primeira cobrança. O chute parou nas mãos de Romero, que acertou o canto e fez a defesa. Logo em seguida, foi a vez de o grande nome da Argentina fazer o mesmo: a cobrança de Messi passou longe.
Nelson Almeida/AFP
Messi força expulsão, se esforça, mas é bem marcado
Os erros chilenos favoreceram bastante o desempenho do atacante no primeiro tempo, que cavou a expulsão de Días ainda antes do intervalo. Mas depois que o adversário corrigiu o posicionamento no meio de campo, as coisas ficaram mais difíceis para Messi. Não foi raro vê-lo sobrecarregado, tendo de arrancar para o ataque cercado por até quatro marcadores ao mesmo tempo. Ele ainda teve uma chance de fazer o gol da vitória no final do tempo regulamentar, mas chutou para fora do gol de Bravo. E nos pênaltis, foi responsável pelo primeiro erro argentino.
Argentina não aproveita superioridade do início
Não demorou muito para a Argentina assustar. Logo no primeiro lance do jogo, Banega arriscou um chute de fora da área que passou perto. Não ficou nisso. O time se mostrou envolvente nas vezes em que teve a bola nos pés. Sem ela, adiantou a marcação para dificultar a vida do outro lado e aproveitar os erros que apareceram. Não à toa, não deixou o ataque rival criar. Além disso, forçou as duas faltas que levaram à expulsão de Días e ainda viu Higuaín perder grande chance. No segundo tempo, porém, as coisas mudaram um pouco. Sem ter um homem a mais depois da expulsão de Rojo, a Argentina passou a ver o Chile dominar o meio-campo, foi ameaçada algumas vezes e assustou cada vez menos. Agüero até teve duas finalizações que poderiam ser interessantes, mas mandou muito por cima em ambas as vezes. Na prorrogação, ele quase marcou em um cabeceio, mas viu Bravo fazer grande defesa.
Chile erra demais no começo, mas cresce após intervalo
Foi um primeiro tempo muito fraco dos chilenos, cheio de erros que poderiam ter custado caro demais. A sorte da equipe foi que Higuaín perdeu uma chance clara, livre e de frente para o gol. Também ajudou o fato de não ter ficado tanto tempo assim com um jogador a menos em campo, já que Rojo foi expulso poucos minutos depois de Díaz. Na segunda metade, o Chile cresceu. Parou de ceder os espaços na marcação e passou a se articular melhor com a bola nos pés, tanto que começou a chutar para o gol, coisa que não tinha feito nem uma vez sequer antes do intervalo. A principal chance apareceu aos 45 do segundo tempo, quando Beausejour invadiu pela esquerda e tentou acionar Alexis Sánches, mas o atacante não conseguiu finalizar. Na prorrogação, um cabeceio de Vargas foi defendido por Romero.
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Higuaín volta a falhar em uma decisão
Na Copa do Mundo, o atacante do Napoli desperdiçou uma oportunidade clara de gol ainda no primeiro tempo da final contra a Alemanha. Neste domingo, também antes do intervalo, uma chance muito aparecida surgiu para ele depois que Medel perdeu o domínio da bola e o viu partir livre para a área. Só que Higuaín bateu para fora na saída do goleiro, repetindo o que fez em 2014. Aos 24 do segundo tempo, foi substituído por Agüero.
Héber Roberto Lopes expulsa dois e rouba a cena
O árbitro brasileiro definitivamente não passou despercebido pela decisão. Antes mesmo da metade da partida, ele tirou dois jogadores de campo. Primeiro, mostrou dois cartões amarelos para Días. Mais tarde, deu cartão vermelho direto para Rojo. Teve ainda um lance no qual mostrou o amarelo para Messi por entender que o atacante tentou simular um pênalti. Em todas essas oportunidades, ouviu muitas reclamações dos jogadores dos dois lados. E os protestos continuaram assim que ele apitou o fim do primeiro tempo. Mascherano era quem parecia mais exaltado ao conversar com o árbitro antes de caminhar para os vestiários, mas não foi advertido com cartão.
Ficha técnica
ARGENTINA 0 (2) X (4) 0 CHILE
Local: Estádio Metlife, em Nova Jersey (Estados Unidos)
Data: 26 de junho de 2016, domingo
Horário: 21h (de Brasília)
Árbitro: Heber Roberto Lopes (Brasil)
Assistentes: Kleber Lúcio Gil (Brasil) e Bruno Boschilia (Brasil)
Cartões amarelos: Días, Vidal, Beausejour, Aránguiz (Chile); Mascherano, Messi, Kranevitter (Argentina)
Cartões vermelhos: Días (Chile); Rojo (Argentina)
Nos pênaltis: Castillo, Aránguiz, Beausejour, Silva (Chile), Macherano e Aguero (Argentina) fizeram ; Vidal (Chile), Messi e Biglia (Argentina) perderam
ARGENTINA: Romero; Mercado, Otamendi, Funes Mori e Rojo; Mascherano, Banega (Lamela) e Biglia; Di María (Kranevitter), Higuaín (Agüero) e Messi.
Técnico: Gerardo Martino
CHILE: Bravo; Isla, Medel, Jara e Beausejour; Aránguiz, Díaz e Vidal; Fuenzalida (Puch), Vargas (Castillo) e Alexis Sánchez (Francisco Silva).
Técnico: Juan Antonio Pizzi