Os credores do Banco Cruzeiro do Sul (BCSul) pedem R$ 113 milhões ao Morgan Stanley, com notificação judicial, referente à venda de ações pelos ex-controladores Luís Octavio e Luiz Felippe Índio da Costa, justamente duas semanas antes da intervenção do Banco Central. Os dois são acusados de provocar a falência do banco e causar prejuízo de R$ 3,8 bilhões ao Sistema Financeiro. Ficaram conhecidos também pela contribuição a campanhas de políticos. O principal beneficiado teria sido José Serra, que se candidatou à presidência tendo o sobrinho e primo dos ex-controladores como vice, o ex-deputado Índio da Costa. A Polícia Federal investiga se as verbas fraudulentas eram colocadas em paraísos fiscais, contas de laranjas ou campanhas políticas, como de Serra.
Documentos revelados anteriormente apontavam que os banqueiros chegaram a grampear o Banco Central. Duas semanas antes do BC decretar a intervenção do BCSul, os ex-controladores providenciaram a venda de R$ 89 milhões em ações preferenciais (sem direito a voto) ao fundo de investimento Caieiras, sob gestão do Morgan Stanley, de acordo com informações da Folha de S. Paulo. O pagamento recebido, em Certificados de Depósitos Bancários (CDBs), permaneceram depositados no próprio Morgan Stanley, como garantia. O contrato firmado entre as duas partes previa ainda a recompra dessas ações pelos ex-controladores, futuramente.