Preso desde o último dia 30 sob a acusação de liderar a máfia do Imposto Sobre Serviços (ISS) em São Paulo, o auditor fiscal Ronilson Bezerra Rodrigues diz que os secretários e o prefeito com quem trabalhou sabiam do esquema de cobrança de propina para reduzir o imposto e liberar alvarás de empreendimentos na capital paulista, que teria gerado um rombo de R$ 500 milhões. Um áudio obtido pelo jornal Folha de São Paulo mostra uma conversa do acusado com Paula Sayuri Nagamati, ex-chefe de gabinete do ex-secretário de Finanças de São Paulo, Mauro Ricardo (atualmente secretário da Fazenda de Salvador). “Tinham que chamar o secretário e o prefeito também, você não acha? Chama o secretário e o prefeito com quem eu trabalhei. Eles tinham ciência de tudo”, diz Rodrigues no telefonema em 18 de setembro deste ano. Na época em que Mauro Ricardo era secretário, o auditor era subsecretário da Receita Municipal, órgão vinculado a pasta de Fianças do governo de Gilberto Kassab (PSD). Na gestão atual de Fernando Haddad (PT), Ronilson foi diretor financeiro da SPTrans. Segundo a Controladoria Geral do Município, o esquema da propina do ISS não operou este ano porque Rodrigues não tinha acesso ao sistema da Secretaria das Finanças, apesar de já ter acumulado um patrimônio de R$ 20 milhões. Kassab classificou as informações de "falsas" e disse que "repudia as tentativas sórdidas de envolver o seu nome em suspeita de irregularidades".
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