|
Foto de: poemacao.blogspot.com |
Visando garantir à população negra a efetivação dos direitos voltados à saúde, a Rede Nacional de Controle Social e Saúde da População Negra realiza entre outubro e novembro, a Mobilização Nacional Pró-Saúde da População Negra. Com o slogan Saúde da População Negra é Direito, é Lei: Racismo e Discriminação fazem Mal à Saúde a campanha realizará atividades com foco no enfrentamento do racismo institucional no Sistema Único de Saúde (SUS) e no processo de implantação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN). Até 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, em todo o país serão realizados debates e ações estratégicas a fim de mostrar à sociedade a importância do enfrentamento do racismo, da discriminação e das desigualdades raciais como fatores restritivos do direito humano. Nas comunidades, as atividades acontecerão nas unidades de saúde e hospitalares, envolvendo especialistas, gestores, profissionais de saúde, lideranças comunitárias e sociedade civil organizada.
A iniciativa conta com o apoio do Fundo de População das Nações Unidas (Unfpa), no âmbito do Programa Interagencial de Promoção da Igualdade de Gênero, Raça e Etnia. Entre os parceiros envolvidos estão a Articulação de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB), Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde, Rede Lai Lai Apejo – População Negra e AIDS, Rede Nacional Afro-Atitudes e Rede Sapatà – Promoção e Controle Social em Saúde das Lésbicas Negras. Mobilização Nacional – Estabelecido Dia Nacional da Mobilização Pró-Saúde da População Negra, 27 de outubro, tornou-se marco para reflexão sobre os processos, avanços e diretrizes para a garantia do direito à saúde a este segmento da população. Identificar as necessidades e utilizá-las como critério de planejamento e definição de prioridades ao perfil é um dos principais pontos do Estatuto da Igualdade Racial.
Para o presidente da Fundação Cultural Palmares, Eloi Ferreira de Araujo, os avanços científicos permitiram reconhecer as doenças predominantes na população negra de um modo geral. “A destinação dessa data vai ao encontro da busca por recursos para o atendimento das verdadeiras demandas da saúde da população negra brasileira. Por isso, estimulamos essas iniciativas”, afirmou.
Pensando a data, os governos de estados também planejaram suas ações. Em Salvador, aconteceu na manhã desta segunda-feira (24) no Ministério Público do Estado da Bahia, audiência com o propósito de debater medidas e estratégias capazes de potencializar a redução das desigualdades que impactam a população negra.
Em São Paulo, a Secretaria Municipal de Limeira realiza campanha de conscientização sobre anemia falciforme, doença hereditária, caracterizada por alterações nos glóbulos vermelhos. No dia 26 de outubro, entre 8h e 11h, será realizada mobilização com exames de sangue para detecção da enfermidade nas unidades de saúde do município.
Participações acadêmicas e civis - A Universidade Estadual de Montes Claros (Unimotes) prepara para os dias 26 e 27 o II Seminário de Saúde da População Negra e Quilombola de Minas Gerais. Para estimular o desdobramento do assunto, a universidade destaca que haverá também apresentação de trabalhos científicos. Os melhores trabalhos receberão menção honrosa e serão publicos pela revista Afrounimontes.
Em Rondônia, a Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde, em parceria da Associação Centro de Cultura Negra (Accuneraa), realizará na quinta-feira (27), o IV Seminário Estadual de Saúde da População Negra que terá por proposta debater as políticas de saúde para as comunidades tradicionais de terreiros, quilombolas e população negra.
No Rio de Janeiro, a ONG Criola reunirá também na quinta-feira (27), gestores de saúde e da promoção da igualdade racial, parlamentares, conselheiros de saúde, representantes do Ministério Público e lideranças dos movimentos negros e de mulheres para debate sobre a saúde da população negra no estado, com foco na mortalidade materna e na garantia dos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres negras.