Nos últimos dias, o Palmeiras se destacou no mercado ao fechar acordo de R$ 28 milhões com os novos patrocinadores Crefisa e Prevent Senior. Depois de quase dois anos sem esse tipo de arrecadação, o clube venceu a concorrência do São Paulo e foi escolhido pelos investidores porque apresentou “melhor projeto”, como definiu Leila Pereira, presidente da empresa de crédito financeiro. A justificativa, ao mesmo tempo que expõe uma deficiência dos clubes, mostra o retorno que as empresas esperam ter quando decidem abrir negociação.
Somente em 2014, quatro dos 20 clubes que compõem a Série A do Campeonato Brasileiro ficaram sem patrocinador master, sendo três deles do Estado de São Paulo.Palmeiras, Santos e São Paulo apontaram o período da Copa do Mundo como um empecilho para encontrar parceiros. Ao iG, especialistas em marketing esportivo apontaram os maiores entraves nas negociações com os clubes: falta de gestão profissional, falta de planejamento a longo prazo e a má reputação das agremiações.
Para João Henrique Areias, ex-diretor de marketing do Clube dos 13 e do Flamengo, os clubes esqueceram de acompanhar o processo de atualização. “Na década de 80, os clubes buscavam mais visibilidade e publicidade de forma espontânea, aparecendo em fotografias, TV e jornais. Infelizmente hoje o modelo dos clubes é baseado em trabalho voluntário, salvo raras exceções", diz ele, questionando a falta de profissionais remunerados e capacitados na direção dos clubes.
Segundo ele, não basta oferecer apenas o espaço na camisa. "O patrocinador deseja mais três itens: eventos e promoções para que ela possa se aproximar do consumidor, relações públicas com os fornecedores e endomarketing. A empresa não leva mais em conta somente a visibilidade, mas sim o que o clube pode oferecer para completar essa comunicação. O empresarial dos clubes atualmente é do século passado”, afirmou.