Mulher tem 50 vezes mais chances do que o homem de desenvolver a doença por uma questão anatômica
Foto: Freepik
Se você nunca teve, provavelmente conhece alguém que já passou por isso: vontade constante de fazer xixi, dor ao ir ao banheiro e dificuldade para urinar, com apenas algumas gotinhas saindo de cada vez. As infecções do trato urinário são um problema extremamente comum, que pode afetar mulheres e homens, bebês e idosos, sem hora para ocorrer. São tão frequentes porque, em sua origem, costumam estar bactérias que já existem no nosso corpo: até 80% dos casos estão relacionados à Escherichia coli, que vive no intestino. A boa notícia: a ciência vem consolidando técnica eficiente para prevenir e tratar o tormento, que, se não for cuidado direito, traz graves consequências.
De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 30% das mulheres vão apresentar infecção urinária leve ou grave pelo menos uma vez na vida, mas a questão não para por aí. A mulher tem 50 vezes mais chances do que o homem de desenvolver a doença por uma questão simplesmente anatômica.
“A uretra da mulher é muito mais curta do que a do homem, além de ser mais próxima do ânus, o que facilita que bactérias cheguem ao aparelho urinário, no entanto, a doença também acomete os homens”, afirma o urologista Jailton Campos.
O urologista faz ainda um alerta para a importância do diagnóstico precoce e destaca que a infecção do trato urinário (ITU) e do aparelho reprodutor masculino pode acometer uma ou mais estruturas do sistema urinário, como os rins (pielonefrite), bexiga (cistite) e uretra (uretrite). No homem, pode acometer ainda a próstata (prostatite), testículos (orquites) e epidídimos (epididimites).
“Lembramos que os idosos têm um risco maior de desenvolver infecção urinária, em função de problemas neurológicos e anatômicos que interferem na dinâmica do esvaziamento vesical, como por exemplo o aumento da próstata, no homem, e o prolapso da bexiga, na mulher. Essas alterações podem resultar em um significativo resíduo pós miccional e proliferação bacteriana, quando a urina for contaminada”, explicou o urologista.
No entanto, para evitar complicações sérias, basta começar o tratamento o mais cedo possível. Caso contrário, há risco da infecção avançar pelo organismo, podendo causar várias outras complicações à saúde e pode inclusive ocasionar morte. “Comumente as infecções urinárias acometem a bexiga e a uretra. Se as bactérias atingirem os rins, a infecção chama-se pielonefrite e é mais grave. Os sintomas comuns são febre, calafrios e dores na região lombar. O que poderia ser tratado rapidamente, torna-se uma doença pior”. Além de iniciar a terapia com antibiótico, outras práticas contribuem para prevenir a piora ou uma nova infecção. Manter hidratação adequada, higienizar a região genital diariamente, urinar após as relações sexuais, evitar períodos prolongados sem ir ao banheiro e não utilizar roupas úmidas, são algumas das recomendações”, acrescenta o especialista.
É importante ressaltar que, dependendo da estrutura do trato urinário que for afetada, a infecção possui nomes diferentes. “A uretrite, ataca diretamente a uretra, enquanto a cistite acomete a bexiga. A pielonefrite indica que a infecção já atingiu os rins e representa um caso mais grave. De qualquer modo, recomendamos sempre a consulta com um urologista no caso do surgimento de algum dos sintomas.”, conclui o urologista Jailton Campos.
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