Segundo o mais recente Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), divulgado no início de dezembro, a porcentagem do Brasil é de 45,1%
Foto: Banco de Imagens/Pixabay
Dados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), divulgado no início de dezembro, mostram que quase metade dos estudantes brasileiros afirma se distrair com celulares durante as aulas. O percentual do Brasil é de 45,1%, superior à média da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), entidade que aplica o exame a cada três anos.
Os números do Pisa se referem especificamente a estudantes de 15 anos e a aulas de matemática. O relatório aponta que o uso dessas tecnologias em classe atrapalha inclusive aqueles que não as estão utilizando: cerca de 40% dos alunos brasileiros perdem a atenção quando os colegas estão mexendo no celular.
Mais uma vez, a taxa é maior do que a dos países da OCDE, que apresentam média de 25%. Os dados também mostram que quase um terço (30,4%) dos nossos adolescentes nunca desliga as notificações de aplicativos e redes sociais durante o período que estão em aula —a média das economias que compõem a OCDE é de 25,2%.
No entanto, o próprio relatório afirma que a relação entre o “uso moderado” de gadgets e aprendizagem não é “intrinsecamente prejudicial”, pois alunos que gastam até uma hora por dia em dispositivos digitais realizando atividades curriculares obtiveram 14 pontos a mais em matemática do que aqueles que não dedicaram nenhum tempo.
Segundo o Pisa, mesmo observando o perfil socioeconômico dos discentes e das unidades de ensino, essa relação ainda é positiva em mais da metade dos países que participaram da avaliação.
Ou seja, a questão está em como se utiliza esses dispositivos, na qualificação desse uso em prol de objetivos pedagógicos, em momentos específicos e com mediação e educação midiática.
A criação de diretrizes mais claras e objetivas sobre a utilização dessas tecnologias no ambiente escolar, como demanda a OCDE, está diretamente relacionada, portanto, à preparação das redes de ensino para isso, o que não depende apenas de solucionar questões estruturais no acesso desigual às tecnologias, mas de formar professores e demais educadores para isso.
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