Ano passado, o coordenador da área de tecnologia da CBF, recebeu um e-mail com o título "proposta câmera camuflada refeitório"
Foto: Divulgação/CBF
Um funcionário Confederação Brasileira de Futebol (CBF) trocou e-mails com um representante de uma empresa de instalações elétricas. O contato pode confirmar a intenção da direção da entidade de implantar um sistema de espionagem com câmeras em sua sede, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro.
Em 10 de outubro do ano passado, Almerindo Santos Filho, dono da empresa SKR, do Rio de Janeiro, mandou e-mail para Haroldo Lima, coordenador da área de tecnologia da CBF, com o título “proposta câmera camuflada refeitório”.
“Conforme solicitado, segue em anexo proposta comercial para fornecimento de todo o material e mão de obra para instalação de câmeras CFTV [circuito fechado de TV] camufladas no refeitório”, diz Almerindo. Ele afirma ainda que as instalações ocorreriam em horário noturno ou final de semana.
A mensagem reforça depoimento dado em agosto ao Ministério Público do Trabalho pela ex-diretora de patrimônio da CBF Luísa Rosa. Ela afirmou que o então presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues, afastado do cargo pela Justiça, mandou instalar ao menos cinco câmeras clandestinas no teto do refeitório, local frequentado pela diretoria, funcionários e visitantes.
Elas estariam disfarçadas como detectores de fumaça. Um monitor em um gabinete da presidência permitia acompanhamento das imagens. A assessoria de comunicação da CBF e o próprio Ednaldo também não se manifestaram.
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