Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil
Sete em cada dez pessoas que vivem com diabetes (70%) no Brasil só descobriram que tinham diabetes depois de desenvolverem complicações associadas à doença. Além disso, quase todos (90%) dos entrevistados no país tiveram uma ou mais complicações durante a vida com diabetes. As descobertas vêm de uma pesquisa global realizada recentemente pela Federação Internacional de Diabetes (IDF) antes do Dia Mundial do Diabetes, no último dia 14.
A pesquisa foi realizada entre pessoas que vivem com diabetes na África, Ásia, Europa e América do Sul para entender o nível de conscientização e o impacto das complicações relacionadas ao diabetes.
As complicações relacionadas ao diabetes podem ser graves e, em alguns casos, fatais. Elas incluem danos ao coração, aos olhos, aos rins e aos pés. O risco de complicações causa um estresse significativo nas pessoas que vivem com diabetes. Dois terços (66%) dos entrevistados no Brasil dizem que se preocupam na maioria dos dias com o desenvolvimento de complicações relacionadas ao diabetes.
O risco de complicações pode ser reduzido significativamente por meio da detecção precoce, do tratamento oportuno e do autocuidado informado. Quando perguntados sobre a prevenção de suas complicações, nove em cada dez entrevistados (89%) no Brasil acreditam que poderiam ter feito mais; dois quintos (41%) acham que seu médico poderia ter feito mais.
As complicações que mais preocupam as pessoas com diabetes no Brasil são: coração (53%), olhos (51%) e derrame (47%).
“O fato de a grande maioria das pessoas achar que poderia ter feito mais para evitar complicações destaca a necessidade de apoio adicional”, diz a Dra. Hermelinda Pedrosa, coordenadora de pesquisa da Unidade de Diabetes da Secretaria de Saúde do Distrito Federal e vice-presidente da IDF. “É preciso fazer mais para melhorar a conscientização sobre o diabetes e oferecer educação para apoiar a detecção precoce e o gerenciamento das complicações. O que aprendemos nos faz lembrar que o diabetes muitas vezes não é detectado até que uma ou mais complicações estejam presentes.
“Sabemos que, com as informações e os cuidados corretos, as pessoas que vivem com diabetes podem reduzir muito o risco de complicações. Além disso, há medidas que as pessoas com risco de diabetes tipo 2 podem tomar para retardar ou evitar o aparecimento da doença. É fundamental conhecer seu nível de risco, saber o que você deve observar e saber como responder.”
Há vários fatores de risco que aumentam a chance de desenvolver diabetes tipo 2. Esses fatores incluem histórico familiar, peso, idade, etnia, sedentarismo e diabetes durante a gravidez, alguns dos quais podem ser reduzidos por meio de hábitos alimentares saudáveis e atividade física. Portanto, melhorar a compreensão e a conscientização sobre os fatores de risco é importante para apoiar a prevenção, o diagnóstico precoce e o tratamento oportuno.
O diabetes tipo 2, que representa mais de 90% de todo o diabetes, geralmente se desenvolve silenciosamente, com sintomas que passam despercebidos. Como resultado, muitas pessoas com essa condição, mais de 50% em alguns países, não são diagnosticadas e, como sugere a pesquisa, as complicações já estão presentes. As complicações mais comuns experimentadas entre os participantes da pesquisa no Brasil foram problemas nos olhos (48%), nos pés (40%) e na saúde bucal (25%).
A Dra. Pedrosa acrescenta: “Para aqueles que não têm acesso ao apoio certo, o diabetes e suas complicações podem afetar seriamente a vida cotidiana e até mesmo se tornar uma ameaça à vida. É por isso que a IDF tem o compromisso de aumentar a conscientização sobre a melhor forma de controlar a doença, ajudando as pessoas com diabetes a entender seus riscos e melhorando o acesso aos melhores cuidados disponíveis. Os profissionais de saúde devem estar equipados com o conhecimento e os recursos para diagnosticar o diabetes precocemente e fornecer o apoio adequado.”
Neste Dia Mundial do Diabetes, a IDF está conclamando as pessoas a conhecerem seu risco de diabetes tipo 2 e os governos de todo o mundo a dedicarem recursos suficientes para melhorar o acesso ao diagnóstico e ao tratamento do diabetes.
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