O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, cobrou o corte nos preços da gasolina e do diesel para repassar as quedas recentes do barril
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
O Ministério de Minas e Energia tem pressionado a Petrobras a diminuir os preços dos combustíveis. As cotações internacionais do petróleo voltaram a subir nesta segunda-feira (20), reforçando argumento da Petrobras sobre a elevada volatilidade no mercado.
Na sexta-feira (17), o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, cobrou da Petrobras corte nos preços da gasolina e do diesel para repassar as quedas recentes do barril. Segundo ele, cálculos do MME apontam possibilidade de queda de R$ 0,12 por litro na gasolina e R$ 0,40 por litro no diesel.
No sábado (18), o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, respondeu em uma rede social, dizendo que eventuais intervenções do governo na estratégia da empresa devem seguir a Lei das Estatais. À Folha ele afirmou que a grande virtude da atual estratégia da empresa “é prover estabilidade e previsibilidade”.
O barril do tipo Brent, referência internacional negociada em Londres, fechou o pregão a US$ 82,37, alta de 2,18%. Foi o terceiro pregão consecutivo de alta, reflexo de incertezas com relação ao próximo encontro da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo).
A Petrobras mexeu pela última vez nos preços dos combustíveis no dia 21 de outubro, com corte de R$ 0,12 por litro no preço da gasolina e alta de R$ 0,25 por litro no diesel. Com a queda do petróleo nas últimas semanas, a empresa chegou a operar com algum prêmio em relação ao mercado externo.
Indicadores produzidos pela Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), porém, mostram ainda grande volatilidade. Na gasolina, por exemplo, o prêmio chegou a bater R$ 0,11 por litro no dia 9. Caiu até ficar negativo em R$ 0,05 no dia 14 e, nesta segunda, era de R$ 0,04 por litro.
O diesel apresenta comportamento semelhante, embora com valores mais elevados. No dia 10, a Petrobras vendia o produto com prêmio de R$ 0,26 por litro em relação à paridade de importação calculada pela Abicom. Nesta segunda, o indicador caiu para R$ 0,15.
Desde que implantou sua nova política de preços, a Petrobras tem operado a maior parte do tempo com defasagem em relação à paridade de importação da Abicom. Prates defende, porém, que a companhia manteve estável o preço dos combustíveis nos períodos de grande volatilidade.
A Refinaria de Mataripe, maior produtora privada de combustíveis do país, segue mais de perto as cotações internacionais e já fez dois ajustes no preço da gasolina em novembro: no dia 9, reduziu em R$ 0,07 por litro; no dia 16, aumentou em R$ 0,13 por litro. No mercado de petróleo, há grande incerteza em relação ao comportamento dos preços internacionais neste fim de ano. Embora analistas acreditem que a demanda continuará fraca, a Opep pode decidir por novos cortes na produção em seu encontro do fim do mês.
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