Nesta segunda-feira (20), ministros do governo adotaram tons distintos para tratar do tema
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O presidente Lula (PT) deve aguardar as primeiras medidas a serem anunciadas pelo novo líder argentino, Javier Milei, para definir a estratégia que adotará em relação à Argentina. O convite do presidente eleito para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ir a sua posse em dezembro foi visto como um sinal negativo para o futuro da relação.
Nesta segunda-feira (20), ministros do governo adotaram tons distintos para tratar do tema. O ministro da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta, disse que Milei, que chamou Lula de “corrupto”, deveria ligar ao presidente brasileiro para pedir desculpas.
“Eu se fosse o presidente Lula não ligaria para parabenizar Milei. Só depois que ele me ligasse para me pedir desculpa. Ofendeu de forma gratuita o presidente Lula, cabe a ele um gesto como presidente eleito, de ligar para se desculpar. Depois que acontecesse isso, eu pensaria na possibilidade de conversar”, afirmou o ministro.
Integrantes do Palácio do Planalto, no entanto, ainda acreditam que Milei pode adotar postura mais pragmática após assumir o poder e manter boa relação com o Brasil por se tratar de um parceiro comercial estratégico.
Além disso, apostam que ele será obrigado a moderar sua postura para conseguir fazer valer suas vontades no Legislativo argentino, no qual não tem apoio da maioria. Enquanto Lula aguarda os desdobramentos da mudança de comando na Argentina, ele deve escalar seus ministros para fazer o embate político e não dar ares institucionais para críticas a Milei.
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