Deputada e Degatti são suspeitos de ação que mirava ministro Alexandre de Moraes e resultou na invasão dos sistemas do CNJ
Foto: Lula Marques/EBC
O PSB ingressou com uma representação no Conselho de Ética da Câmara pedindo a cassação do mandato da deputada Carla Zambelli (PL-SP), após denúncias de que ela contratou o hacker Walter Delgatti para invadir sistemas de justiça. Um contrato do gabinete de Zambelli indica que a deputada pagou o serviço com dinheiro público.
As suspeitas contra a deputada vieram à tona após a deflagração da Operação 3FA, da Polícia Federal, que cumpriu mandados de busca e apreensão e resultou na prisão preventiva de Delgatti. O hacker admitiu sua participação na invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e apontou Zambelli como a mandante e financiadora da ação.
O contrato em questão, firmado entre a deputada e a empresa de Delgatti, visava explorar vulnerabilidades em sistemas de computadores, com o objetivo de acessar dados pessoais e organizacionais do Poder Judiciário. As investigações indicam que os serviços foram executados com a participação ativa da deputada, que teria inclusive solicitado a criação de um mandado de prisão falso do ministro Alexandre de Moraes.
O PSB alega que as ações de Zambelli não apenas violam princípios fundamentais da administração pública, mas também ameaçam a estabilidade democrática do país. A suspeita de uso indevido de recursos públicos para contratação do hacker e a manipulação de informações para alimentar narrativas políticas questionáveis são motivo de preocupação do partido.
“Tal comportamento é ainda mais grave porque as ordens de ‘ataque hacker’ foram demandadas durante período de tensionamento político latente no país, com o propósito de agravamento da instabilidade democrática, mediante uso de artífice destinado a incutir na população dúvidas quanto à integridade e à segurança do sistema eletrônico de votação adotado pelo Tribunal Superior Eleitoral”, acrescentou o PSB na representação.
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