Dra. Renata Moura Barizon / otorrinolaringologista
No ano de 2021, o Relatório Mundial sobre Audição da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgou que quase 2,5 bilhões de pessoas em todo o mundo viverão com algum grau de perda auditiva até 2050.
Segundo a otorrinolaringologista Renata Moura, é raro o paciente ir ao consultório diretamente com essa queixa, sendo mais comum contar que outra pessoa está reclamando da sua audição.
Apesar da perda auditiva ser mais comum na terceira idade, ela também atinge recém-nascidos e crianças por conta de alterações genéticas e infecções de orelha e cerume em crianças.
“Ao perceber que não está ouvindo bem, o ideal é agendar uma consulta com um otorrinolaringologista. Às vezes, pode ser uma rolha de cerume atrapalhando ou pode ser uma perda auditiva que só será melhor avaliada através de um exame de audiometria. Lembrando que a alteração auditiva na presença de cera é reversível assim que é feita a limpeza”, explica Renata, alertando que problemas de audição em crianças podem causar inclusive troca de fonemas e atraso na fala.
“Nos adultos, as principais causas são envelhecimento e infecções de ouvido, mas existem as causas genéticas e de exposição ao ruído. Normalmente, quem não ouve bem costuma falar: 'Ahn? Quê? Não entendi… Repete… Fala de novo… Fala mais alto'. Além disso, fala alto e coloca o volume da TV mais alto também”, exemplifica.
Exames de rotina
A médica lembra que é importante que as crianças façam o "teste da orelhinha" ao nascerem e o de audiometria no período da alfabetização, exame esse que é solicitado pela escola. Porém, nos casos de infecções de repetição nos ouvidos, as crianças devem fazer o acompanhamento.
“O primeiro exame que deve ser feito é o famoso teste da orelhinha (otoemissões acústicas) assim que o bebê nasce. Esse é um teste de triagem neonatal para ver se a criança tem problemas auditivos. Nos casos de crianças prematuras ou com alguma alteração genética, deve ser feito também o BERA, que vai avaliar a integridade funcional do nervo auditivo, dizendo se há ou não um distúrbio da audição e qual é o seu grau”, complementa.
Renata lembra que as crianças maiores e os adultos devem realizar a audiometria e a impedanciometria (exame para avaliar a flacidez ou rigidez da membrana timpânica e os ossículos do ouvido médio), e pessoas expostas ao ruído em seus trabalhos devem usar os equipamentos de proteção individual, como protetor auricular e abafador.
“Além disso, devem fazer audiometria periodicamente”, finaliza a médica.
Dra. Renata Moura Barizon é otorrinolaringologista há 14 anos pela Uni-Rio. Atuou por 14 anos como plantonista em clínica de emergência otorrinolaringológica e atualmente é Coordenadora de Otorrinolaringologia da Associação Médica Fluminense. CRM 52797022
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