De acordo com a defesa da deputada, em texto publicado sobre a parlamentar, jornalista Luan Araújo fez afirmações caluniosas
Foto: Reprodução / Redes Sociais
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) apresentou uma queixa-crime contra o jornalista Luan Araújo, que foi perseguido por parte dela após um incidente no bairro Jardins, em São Paulo, às vésperas do segundo turno das eleições presidenciais de 2022. Esse episódio ganhou grande repercussão, a ponto de bolsonaristas considerarem a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro nas urnas como consequência da ação da sua aliada.
O processo foi oficialmente registrado pela deputada na última quarta-feira (26). A defesa de Zambelli argumenta que Luan foi o responsável por iniciar a confusão que ocorreu na ocasião.
“Insatisfeito com a ideologia política da deputada e visando vitória eleitoral do opositor do então presidente, de maneira extremamente provocativa, o querelado [Luan] iniciou discussão de cunho político, mesmo que a peticionária tivesse solicitado que parasse, até porque estava acompanhada de seu filho que em nada, repita-se, nada se relaciona com sua figura pública”, diz trecho da ação.
Durante o incidente, Zambelli sacou e apontou uma pistola para o jornalista com o objetivo de amedrontá-lo. Um dos seguranças da parlamentar chegou a efetuar um disparo para o alto. Contudo, o agente foi detido em flagrante após o tiro, e Zambelli enfrenta acusações no Supremo Tribunal Federal (STF) por porte ilegal de arma de fogo.
Após a repercussão imediata dos acontecimentos, Zambelli alega que Luan continuou a fazer repetidas ofensas contra ela e menciona um artigo escrito por Araújo. No texto, intitulado “Perca ou não o mandato, o mal que Zambelli me fez segue impune”, o jornalista diz que a deputada “segue com uma seita de doentes da extrema-direita que a segue incondicionalmente e segue cometendo atrocidades atrás de atrocidades (…) que faz parte de uma extrema-direita mesquinha, maldosa e que é mercadora da morte”.
De acordo com a defesa de Carla Zambelli, o episódio foi traumático para ambas as partes, mas isso não justifica que a suposta vítima ofenda a parte acusada repetidamente. “Não há explicação para o tom de suas palavras. Não há dúvida que os episódios vivenciados pelas partes tenham sido traumatizantes e tenham gerado consequências para o próprio querelado, como narrou em sua coluna. Contudo, as consequências não foram diferentes para a querelante, que sofreu danos de imagem, além de repercussões políticas, profissionais, judiciais e, principalmente, pessoais”.
O Ministério Público discordou da argumentação apresentada por Zambelli, afirmando que Luan não ofendeu a parlamentar em seu texto. No entanto, o juiz Fabricio Reali Zia, da Vara Especial Criminal paulista, considerou que, neste momento, não é possível rejeitar os pedidos da autora da ação e ordenou a realização de uma audiência preliminar, ainda sem data definida.
Porém, o magistrado determinou de forma imediata que Luan remova a postagem em que menciona a deputada federal em até 48 horas.
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