Desde a noite de sábado, dia 25, que centenas de equipes de técnicos e profissionais da Prefeitura de Itabuna e de voluntários, com o suporte do 4º Grupamento de Bombeiros Militares, Defesa Civil e Guarda Civil Municipal presta assistência e removem famílias de locais invadidos pelas águas do Rio Cachoeira na maior cheia desde 1967. Por volta das 20 horas, as pessoas já faziam registros de vídeo nos telefones celulares informando de alagamentos na Avenida do Cinquentenário e transversais. Além disso, mais de uma dezena de vídeos publicados em redes sociais demonstraram a gravidade da enchente em diversos bairros, principalmente aqueles nas áreas ribeirinhas como Mangabinha, Urbis IV, Maria Matos (Rua de Palha), Ferradas, Nova Ferradas, Vila Zara, Rua da Bananeira, Conceição, Sarinha Alcântara, Gogó da Ema e Vila Anália. Nestas localidades, por conta da subida do Rio Cachoeira na sua calha, canais de drenagem e riachos e ribeirões com águas retidas, extravasaram. Pela manhã foi possível ver os estragos causados pela cheia, principalmente no trecho do rio que corta a zona urbana. As pontes Lacerda, de acesso ao São Caetano e à zona sul, e Miguel Calmon (Marabá), ligação entre o centro da cidade e os bairros Góes Calmon e Conceição foram interditadas depois de submersas. A forte correnteza lançou detritos e baronesas (planta aquática) em todas as partes baixas das Avenidas Cinquentenário, Firmino Alves, Fernando Cordier e Garcia e nas Ruas Paulino Vieira e transversais. Na Praça Prefeito José de Almeida Alcântara (Jardim do Ó) as águas formavam forte correnteza que desciam a toda velocidade em direção à Avenida do Cinquentenário em direção às praças Otávio Mangabeira e Adami, onde as lojas, bancos e casas comerciais estavam às portas abertas e levantadas e comerciantes e seus colaboradores tentavam salvar mercadorias. “Jamais vi cena mais triste”, disse uma comerciante em meio ao vai e vem para colocar na carroceria de caminhonetes produtos de sua loja de artigos femininos. Como parte do centro comercial de Itabuna está sob águas do Rio Cachoeira, os sistemas de telefonia e internet colapsaram, causando ainda mais problemas às pessoas, inclusive as equipes das secretarias municipais coordenadas pela Defesa Civil e Secretaria de Promoção Social e Combate à Pobreza. “A comunicação está ficando difícil. Mas a gente está atuando firmemente para socorrer os desabrigados e desalojados”, comentou o secretário de Relações Institucionais e Comunicação, José Alcântara Pelllegrini. O pior cenário da enchente ficou na zona oeste onde, no Parque de Exposições Antônio Setenta, 97 famílias estão abrigadas e as equipes tiveram dificuldades para fornecer gêneros, alimentos e remédios. Foi necessária a intervenção do 4º GBM que utilizou botes e motos aquáticas mesmo enfrentando a correnteza, que derrubou o muro de uma distribuidora de gás liquefeito de petróleo (GLP). Botijões vagaram pelas águas do riacho em direção ao Rio Cachoeira e algumas pessoas saquearam, mas a pronta ação da Guarda Civil Municipal e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) recuperou os vasilhames e encaminhou os saqueadores para o Complexo Policial de Itabuna. O prefeito de Itabuna, Augusto Castro, disse que a coordenação tem sido um ponto positivo no socorro aos desabrigados e desalojados pela enchente. Por meio de entrevistas à mídia, ele pediu mais apoio aos governos Federal e Estadual para que a assistência a quem mais precisa seja ampliada e revelou ter conversado com o governador Rui Costa e o ministro da Cidadania, João Roma, que chegaram a Ilhéus, onde foi montada Base Operacional para prestar assistência e socorro às vítimas das chuvas em cerca de 20 municípios do sul e sudoeste da Bahia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário