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segunda-feira, 1 de novembro de 2021

Ex-presidente do Senado nega corrupção; Reportagem da Revista Veja confirma esquema de rachadinhas no gabinete e diz que Davi Alcolumbre tinha conhecimento

Reportagem da Revista Veja revela esquema de rachadinhas no gabinete do senador Davi Alcolumbre (DEM-AP)
O senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) divulgou nota nesta sexta-feira (29/10/2021) em que diz ser vítima de “uma campanha difamatória sem precedentes”. No texto, ele lembrou que há algumas semanas, por meio de outro comunicado à imprensa, disse que “não aceitaria ser ameaçado, intimidado e tampouco chantageado”. Ao reafirmar o posicionamento, o senador relatou que tem recebido “todo tipo de aviso, enviado por pessoas desconhecidas, que dizem ter informações sobre uma orquestração de denúncias mentirosas” contra ele.

Alcolumbre disse que foi “surpreendido com uma denúncia que aponta supostas contratações de funcionários fantasmas e até mesmo o repudiável confisco de salários”. “Nunca, em hipótese alguma, em tempo algum, tratei, procurei, sugeri ou me envolvi nos fatos mencionados, que somente tomei conhecimento agora”, disse acrescentando que tomará providências necessárias para que as autoridades competentes investiguem os fatos.

A nota é uma resposta a uma reportagem publicada na mais recente edição da revista Veja. Nela, o parlamentar, que atualmente é presidente da principal comissão do Senado, a de Constituição e Justiça ( CCJ), é acusado de um esquema de rachadinhas, avaliado em R$ 2 milhões. A prática foi denunciada por seis ex-funcionárias do senador e teria acontecido entre janeiro de 2016 e março deste ano, inclusive durante o período em que Alcolumbre ocupou a presidência do Senado.

Ainda segundo a reportagem, seis mulheres foram contratadas nesse esquema como assessoras do parlamentar em Brasília com salários entre R$ 4mil e R$ 14 mil, além de benefícios e verbas rescisórias. Elas teriam sido orientadas a abrir uma conta e entregar os cartões e as senhas. O saque integral dos valores acontecia logo após o pagamento em um caixa eletrônico localizado a 200 metros do gabinete do senador.

“Continuarei exercendo meu mandato sem temor e sem me curvar a ameaças, intimidações, chantagens ou tentativas espúrias de associar meu nome a qualquer irregularidade. É nítido e evidente que se trata de uma orquestração por uma questão política e institucional da CCJ e do Senado Federal”, diz Davi Alcolumbre em outro trecho da nota.
Senador Davi Alcolumbre tinha conhecimento do esquema ilícito, revela reportagem da Revista Veja

Publicada neste domingo (31/10/2021) na Revista Veja, a reportagem de Hugo Marques revela que o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) tinha conhecimento sobre o esquema de rachadinhas praticado no gabinete parlamentar. Para comprovar, o veículo de comunicação divulgou vídeo com depoimento da ex-servidora que participou do esquema.

A reportagem de domingo (31/10) confirma a matéria publicada na sexta-feira (29/10) pela Revista Veja com título ‘A rachadinha de R$ 2 milhões de Davi Alcolumbre’, na qual revelou que, por anos, o senador ficou com a maior parte dos vencimentos de seis assessoras do gabinete. Elas abriam conta no banco, entregavam o cartão e recebiam apenas parte do dinheiro.

Marina Ramos e outras cinco mulheres — todas pobres, desempregadas e moradoras da periferia do Distrito Federal — foram usadas na fraude, que rendeu cerca de R$ 2 milhões ao senador. As contratadas eram do município de Luziânia, em Goiás, informou a Revista Veja.

O senador sabia de tudo
Segundo a reportagem de domingo (31/10/2021), Marina Ramos Brito dos Santos, 33 anos, foi contratada como assessora do senador Davi Alcolumbre em janeiro de 2016. Entre salário e benefícios pagos pelo Congresso Nacional, ela recebia mais de R$ 14 mil por mês. A trabalhadora doméstica, no entanto, ficava com apenas R$ 1.350 do montante pago pelo Senado federal. O resto era sacado da conta e embolsado pelo parlamentar.

Em entrevista à Revista Veja, Marina Ramos contou que as mulheres foram contratadas para não trabalhar. Elas entregavam o cartão e a senha do banco onde os salários eram creditados ao então chefe de gabinete de Alcolumbre, Paulo Boudens.

Durante mais de quatro anos, o dinheiro foi sacado na boca do caixa — e elas recebiam apenas uma fração do valor. No extrato da conta-salário de Marina Ramos, há vários “saques” e “transferências”, mas ela diz que não sabe do que se tratam as movimentações. A orientação do gabinete era que as mulheres nunca dissessem para quem quer que seja que tinham sido contratadas no Senado.

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