Foto: Gabriel Lopes/Bahia Notícias
O Ministério Público da Bahia admitiu, nesta terça-feira (13), a dificuldade da Polícia Militar acessar localidades dominadas pelo tráfico de drogas. O órgão realizou coletiva sobre o caso do tio e sobrinho, Bruno Barros e Yan Barros, entregues a traficantes do Nordeste de Amaralina após uma tentativa de furto de carne no supermercado Atakarejo. O MP denunciou 13 pessoas por crimes que resultaram nas mortes ocorridas em 26 de abril.
A promotora de Justiça Ana Rita Cerqueira Nascimento, responsável por oferecer a denúncia, destacou durante coletiva de imprensa nesta terça-feira (13) que os operadores do tráfico “não gostam a polícia chegue [onde atuam]”. Diante disso, nessas localidades fica mais difícil fazer com quem as pessoas sigam o que é normal e correto que é chamar a polícia e fazer registro de ocorrência no caso de crimes.
“[O traficante] não quer, atrapalha e atrai a autoridade policial para o local. Não é bom para o tráfico [que se denuncie]”, disse a promotora ao destacar que em toda e qualquer ocorrência de crime, seja de furto a estabelecimento, assalto a ônibus ou similares, a ocorrência deve ser feita. “A partir do momento do registro [do B.O.] naquela área, há a mancha da criminalidade e a polícia passa a fazer mais incursões no local. E isso desagrada ao tráfico”, comentou.
A denúncia das 13 pessoas foi apresentada nesta segunda-feira (12). Elas foram denunciadas pelos crimes de homicídio qualificado, constrangimento ilegal, extorsão, cárcere privado e ocultação de cadáver.
Segundo a promotora, não há comprovação de relação financeira dos funcionários do Atakarejo com o tráfico de drogas. Mas ela admitiu que os fatos apontam para a presença de figuras ligadas ao tráfico nas proximidades da loja. Se tratariam de pessoas que ofereceriam serviço de carreto.
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