Usuários levaram a #DesmonetizaSikeira ao topo dos assuntos mais comentados do Twitter
Fonte: Fórum**Foto: Reprodução
No Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, nessa segunda-feira (28), algumas marcas têm se utilizado da pauta para se promover, mesmo sem demonstrar, na prática, qualquer respeito à diversidade. Um exemplo desta contradição está naquelas empresas que aguardam o mês de junho para publicar bandeiras de arco-íris, mas financiam figuras públicas com discurso homofóbico explícito.
Essa situação gerou a campanha #DesmonetizaSikeira no Twitter. A hashtag pede que empresas rompam seus contratos de publicidade com o programa Alerta Nacional, do apresentador Sikêra Jr. Na última sexta-feira (25), ele utilizou seu programa para disseminar discurso de ódio contra a comunidade LGBTQIAP+. Duas marcas já deixaram de patrociná-lo.
“A criançada está sendo usada. Um povo lacrador que não convence mais os adultos e agora vão usar as crianças. (…) Deixa essa tara, não vem para o lado das crianças. (…) A gente tá calado engolindo essa raça desgraçada. (…) O comercial é podre, nojento, ridículo”, disse o apresentador ao vivo, ao comentar comercial do Burger King em respeito à diversidade.
Essa, no entanto, não é a primeira vez que ele é acusado de LGBTfobia por utilizar o termo “raça desgraçada” neste contexto.
O movimento Sleeping Giants foi um dos promotores da tag, que cobrou ainda Ultrafarma, Sky, Seara, Lojas Americanas, Hapvida e MRV. “QUEM PAGA ESSA CONTA? Ajude-nos a alertar as empresas para que nesse Dia Internacional do Orgulho LGBT façamos mais do que trocar a foto do perfil!”, escreveu o movimento.
O ativista e ex-deputado Jean Wyllys foi um dos que cobrou a Hapvida ao comentar uma publicação sobre o Dia do Orgulho feita pela rede de saúde. “Permitindo que um apresentador patrocinado por vocês insultem a comunidade LGBTQ com mentiras e ilações criminosos, vocês não apoiam nossa comunidade, vocês só querem nos explorar economicamente. Não deixaremos!”, criticou o ativista.
Em resposta, a marca anunciou que o Alerta Amazonas saiu dos planos de mídia. “Olá, Jean, boa tarde! Não apoiamos forma alguma de preconceito, seja social, de credo, raça, gênero ou orientação sexual. No momento, suspendemos o patrocínio do Alerta Amazonas. Estamos sempre trabalhando por uma sociedade mais saudável”, disse a HapVida Saúde.
A MRV também seguiu o mesmo caminho. “A MRV acredita na diversidade e não compactua com qualquer forma de preconceito. O programa Alerta Amazônia já não faz mais parte dos nossos planos de mídia”, anunciou.
O senador Fabiano Contarato (Rede-AP) afirmou no Twitter que pediu ao Ministério Público “que investigue este apresentador por homofobia, conduta que deve ser punida na lei penal”. “Liberdade de expressão não pode ser usada para cometimento de crimes, incitação à violência e ofensa à honra, à dignidade e à imagem”, tuitou.
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