Foto: Bahia Notícias
O Ministério Público da Bahia denunciou, mais uma vez, o líder espiritual Jair Tércio, acusado de abuso sexual contra mulheres que participavam de retiro espiritual desenvolvido por ele (relembre o caso aqui).
O “guru” foi denunciado pelos crimes de estupro de vulnerável, charlatanismo e lesão corporal por ofensa à saúde mental. Jair Tércio tem um mandado de prisão preventiva em aberto contra ele e está foragido da Justiça. Ele é criador da Fundação Ocidemnte, fundador de uma doutrina religiosa chamada de imutabilismo e foi grão-mestre de uma loja maçônica no estado.
Fruto de uma ação conjunta dos Grupos de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) e de Defesa da Mulher e da População LGBT (Gedem), a nova denúncia é assinada pelos promotores de Justiça Márcia Regina Ribeiro Teixeira, Ana Paula Coité De Oliveira, Bruno Pinto Silva, Gilber Santos de Oliveira, Karyne Simara Macedo Lima, Anna Karina Omena Senna, Sara Gama Sampaio, Aroldo Almeida Pereira, Clarissa Diniz de Sena, João Paulo Santos Shoucair, Luiz Ferreira Neto e Ana Carolina Tavares Freitas.
Em setembro, a organização não governamental “As Justiceiras” e a Ouvidoria das Mulheres do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) encaminharam para o MP baiano notícias de fato que deram origem à “Operação Fariseu”, deflagrada no dia 17 de setembro. A princípio, 14 mulheres acusaram o denunciado de crimes de natureza sexual, o que levou o MP a instaurar inquérito para analisar provas que embasaram a primeira denúncia do MP (relembre). Acatada pelo Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, que decretou a prisão preventiva do suposto guru espiritual, a acusação formal foi por violência de gênero, violação sexual mediante fraude, estupro de vulnerável e lesão corporal por ofensa à saúde mental contra quatro vítimas.
A investigação corre em sigilo a pedido das vítimas com base no “fundado temor” em relação ao acusado e a alguns dos seus seguidores. Outras vítimas podem entrar em contato com o MP pelo e-mail gedem@mpba.mp.br ou pelo telefone 0800-642-4577. “Seguimos à disposição das vítimas de crimes contra a dignidade sexual praticadas pelo senhor Jair Tercio, ou outros crimes, como charlatanismo, bem como de eventuais testemunhas estejam em Salvador ou em outros município”, afirmou a promotora de Justiça Márcia Teixeira, do Gedem.
RELEMBRE O CASO
O caso Jair Tércio ganhou repercussão nacional no início de agosto, após reportagem do "Fantástico", da TV Globo, trazer vítimas do guru denunciando as agressões. A promotora Sara Gama, que acompanha o caso no Ministério Público da Bahia (MP-BA), informou à época que a maçonaria não possui qualquer relação com as acusações contra Tércio.
Engenheiro de formação, Jair Tércio é conhecido por desenvolver uma doutrina pedagógica que é estudada em retiros espirituais promovidos por ele toda semana. Ele fundou a Fundação Ocidemnte em 1980. As denúncias contra Tércio começaram a aparecer nas redes sociais no final de junho e chegaram à Ouvidoria das Mulheres, órgão do Conselho Nacional do Ministério Público, e ao Projeto Justiceiras, que reúne 3.500 voluntárias, entre psicólogas, advogadas e assistentes sociais.
Em nota divulgada na ocasião, a Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia (Gleb) informou que "tão logo que tomou conhecimento dos fatos referentes ao maçom envolvido no mês de julho do corrente ano, adotou internamente as medidas necessárias e ele está respondendo a uma sindicância, tendo sido cautelarmente afastado das atividades regulares na maçonaria, com seus direitos maçônicos suspensos".
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