Foto: Divulgação
Após divulgação e repercussão do vídeo de uma audiência do caso de estupro da promotora de eventos Mariana Ferrer, de 23 anos, que acabou com a absolvição do acusado André de Camargo Aranha (assista aqui), o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) afirmou que o vídeo “não condiz com a realidade”. De acordo com o MPSC, o vídeo divulgado pelo site The Intercept Brasil teria sido editado para esconder intervenções em favor dela por parte do promotor, do juiz e do assistente da acusação que participaram da oitiva.
No vídeo a que o The Intercept teve acesso, o advogado Cláudio Gastão da Rosa Filho, contratado por André de Camargo Aranha para defendê-lo, ataca a vítima e utiliza fotos de Mariana fora de contexto. Ele apresenta fotos sensuais de Mariana e chega a classificar as imagens como “ginecológicas”. Nos trechos divulgados, em momento algum foi questionado por membros do Tribunal de Justiça catarinense sobre a relação das fotos com o caso.
Em um dos trechos divulgados, o advogado de Aranha afirma que “jamais teria uma filha” do “nível” de Mariana. Ele também repreende o choro dela: “não adianta vir com esse teu choro dissimulado, falso e essa lábia de crocodilo”.
A jovem reclamou do interrogatório para o juiz. “Excelentíssimo, eu tô implorando por respeito, nem os acusados são tratados do jeito que estou sendo tratada, pelo amor de Deus, gente. O que é isso?”, diz. As poucas interferências do juiz, Rudson Marcos, da 3ª Vara Criminal de Florianópolis, ocorrem após as falas de Gastão. Em uma das situações, o juiz avisa Mariana que vai parar a gravação para que ela possa se recompor e tomar água e pede para o advogado manter um “bom nível”.
O MPSC divulgou nota nesta quarta-feira (4) em que informa que pediu o levantamento de sigilo do vídeo para que ele seja divulgado na íntegra. O órgão alegou que o sigilo legal imposto ao caso não pode inviabilizar o direito à informação “sem edições ou manipulações”.
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