O estudo foi realizado em conjunto com o Instituto de Geociências (Igeo /UFBA), Universidade Estadual de Feira De Santana (UEFS) e Sociedade Brasileira de Geologia (SBG).
Foto: divulgação/Prefeitura de Amargosa
O terremoto de 4.2 graus na escala Richter ocorrido em Amargosa, a 269 km de Salvador, no último dia 30 de agosto, foi o maior evento sismográfico registrado na Bahia. De acordo com uma análise do Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM) dos registros da série histórica e do ambiente geológico.
O estudo foi realizado em conjunto com o Instituto de Geociências (Igeo /UFBA), Universidade Estadual de Feira De Santana (UEFS) e Sociedade Brasileira de Geologia (SBG).
A pesquisa mostra ainda que, mesmo sem registro de tremores com magnitudes elevadas e associadas a danos graves, é possível notar que o Recôncavo é uma das regiões propensas a ter terremotos mais ativas do Brasil.
Do total de registros na Bahia, apenas 8 superaram os 4 graus da escala Richter, contudo, nunca ultrapassando os 5 graus. Já a região de Amargosa apresenta 33 registros de terremotos, tendo o primeiro ocorrido em 1899 com uma magnitude estimada em 3,5 graus.
Primeiro do Brasil
A pesquisa investiga todos os registros disponíveis na Rede Sismográfica Brasileira (RSBR), responsável pelo monitoramento e investigação deste tipo de fenômeno geológico no Brasil. Os dados sísmicos históricos mostram ainda que essa atividade não constituem um evento isolado. Existem 373 registros de terremotos na Bahia, sendo o mais antigo deles, e do Brasil, registrado em Salvador, em 1724.
O estudo aponta também que o motivo mais plausível dos terremotos acontecerem nesta região está nas estruturas geológicas presentes. “As rochas que formam a bacia do Recôncavo e do Camamu apresentam falhas que estão relacionadas à quebra do Supercontinente Pangea, que originou os continentes Sul-americano e Africano”, explica a nota.
A nota continua e informa que: “As falhas geradas nessa separação, formam o ambiente teutônicoque propicia os fenômenos sísmicos registrados na Bahia. O mapa com a sobreposição das falhas tectônicas e dos registros sísmicos mostram essa correspondência”.
O estudo demonstra ainda o aumento dos registros de eventos sísmicos na região nos últimos 20 anos. Esse crescimento pode estar relacionado a fatores naturais, associados com a dinâmica interna do planeta Terra, mesmo que a região esteja em uma situação de interior de placa tectônica, devido aos tremores recorrentes, com registros de terremotos desde o início do século XVII. No entanto, pode ser explicado pelo aumento de investimento na Rede Sismográfica Brasileira permitindo uma melhor
Por fim, a nota técnica recomenda investigações e monitoramentos futuros para o entendimento das causas e efeitos dos terremotos, mas ressalta que a análise dos fatos históricos permite concluir que a região de Amargosa, tal como outras regiões do Estado da Bahia, possui uma característica sísmica ativa.
Antes do terremoto em Amargosa, no dia 19 de agosto, o Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP) confirmou que realmente ocorreu um tremor de terra, no Recôncavo Baiano. De acordo com o grupo de pesquisa da instituição, ocorreu um pequeno sismo na região de São Félix.
Ainda conforme o centro, ele aconteceu às 18h51, e teve magnitude de 1.6 mR. O grupo explicou, na época, que tremores pequenos são relativamente comuns no Brasil e podem ocorrer em qualquer lugar. Normalmente, não trazem nenhum perigo, a não ser susto à população.
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