Foto: Reprodução/Sergio Lima/Poder360
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não ficou satisfeito e até sugeriu demissão ao então ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro após uma reportagem reverberar uma declaração dada pelo ex-juiz em uma live. No contexto, Moro abordou a prisão de pessoas que descumprissem regras de isolamento sanitário em razão da pandemia do coronavírus.
"Se esta matéria for verdadeira: Todos os ministros, caso queira (sic) contrariar o PR, pode fazê-lo, mas tenha dignidade para se demitir. — Aberto para a imprensa.", escreveu Bolsonaro para Moro após uma reportagem do jornal Valor Econômico. O ministro então respondeu: "O que existe eh(sic) o art 268 do CP. Não falei com imprensa."
O texto consta dos documentos anexados ao inquérito da Polícia Federal que apura a suposta interferência do presidente da República na Polícia Federal. As mensagens foram trocadas em 12 de abril. À época, Bolsonaro emitia reiteradas críticas à medida adotada como contenção da proliferação do novo coronavírus.
A abertura do inquérito foi autorizada no final de abril pelo ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), após denúncia feita pelo ex-ministro ao deixar o cargo em 24 de abril. Moro acusou o presidente de tentar intervir nas investigações da PF.
De acordo com o G1, a citação à mensagem é feita pela Polícia Federal num relatório de análise de material apreendido na investigação. As mensagens do celular do ex-ministro Sergio Moro foram analisadas pelos investigadores.
O relatório diz que seriam destacados "tão somente os trechos considerados relevantes para o contexto investigativo". No entanto, não há nenhuma avaliação quanto à relação entre esta mensagem e a investigação de possível interferência do presidente da República na Polícia Federal.
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