Um grupo de rodoviários de Itabuna, cidade do sul da Bahia, fez uma manifestação na manhã desta segunda-feira (14) para cobrar uma solução e pedir o retorno das atividades. Os trabalhadores do setor estão sem trabalhar desde março, quando o transporte foi suspenso por causa da pandemia da Covid-19.
A retomada das atividades até foi autorizada, mas as empresas alegam que não têm condições financeiras de retomar o serviço. Os manifestantes saíram da sede do sindicato, passaram pelas ruas da cidade e pararam na sede da prefeitura, que fica na Avenida Princesa Isabel. Eles usaram faixas e cartazes para chamar atenção para o problema. Além disso, o grupo também bloqueou um trecho da avenida.
O trânsito ficou lento no local. Mas, com o tempo, o fluxo de veículo foi permitido pelos manifestantes. No mês passado, o grupo também fez outro protesto, pelo mesmo motivo.O transporte público estava suspenso desde o começo da pandemia. No dia 5 de agosto, o prefeito Fernando Gomes autorizou, por meio de decreto, a retomada das atividades do rodoviários. No entanto, os ônibus que integram as linhas do transporte público da cidade, continuam sem circular. As empresas alegam falta de dinheiro.
Na prática, há um impasse entre a prefeitura e a Associação das Empresas de Transportes Urbanos de Itabuna (Aetu). A associação diz que a prefeitura tem uma dívida de cerca de R$ 1 milhão. A gestão da cidade, por sua vez, não reconhece a quantia e afirma que a dívida é no valor de R$ 376 mil. Ainda de acordo com a prefeitura, o valor foi pago nesta segunda. Apesar disso, não há uma previsão para a retomada do serviço.
De acordo com Arlesen Nascimento, presidente do Sindicato dos Rodoviários de Itabuna (Sindirov), as empresas alegam que, mesmo com o pagamento, ainda não é possível a retomada. "As empresas nos procuraram para direcionar a lista de trabalhadores e os valores destinados a cada trabalhador. Mas elas continuam alegando que o valor não é suficiente para voltar a operar. Uma vez que, se os empresários tomarem pulso agora para a retomada do serviço, daqui a 20 ou 30 dias, na hora dos pagamentos, os serviços não vão se pagar. Eles vão ter que tomar novos recursos e isso vai virar bola de neve. Eles vão ficar sempre tomando recurso. Então, devido a isso, eles alegam que não tem condições de retornar. Até porque retornaria hoje e, na falta dos pagamentos, a categoria iria parar novamente", contou durante a manifestação desta segunda.
Por meio de nota, a Aetu falou que está em reuniões constantes com a prefeitura para tentar a retomada das atividades. Disse que tem pedido ajuda financeira, mas que ainda não existe prazos para o retorno. Enquanto a situação não é resolvida, a prefeitura de Itabuna autorizou, por meio de um decreto publicado na semana passada, que os motoristas do transporte escolar operem nos itinerários das linhas do sistema municipal de transporte público.
A medida não foi recepcionada de forma positiva pelos rodoviários. "Nós não recebemos essa notícia com os bons olhos porque o que entendemos é: o transporte que eles estão querendo colocar na cidade, eles, literalmente, viraram as costas para os trabalhadores, para os pais e mães de família do sistema de transporte convencional.
Estão tentando resolver, miseravelmente, o problema do comércio, porque esse transporte não vai atender da forma que deveria atender a população de Itabuna. Tanto que foram retirados os direitos dos idosos, os direitos dos cadeirantes", disse Arlesen Nascimento, presidente do Sindicato dos Rodoviários de Itabuna (Sindirod). (G1)
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