Estudo considera de grande risco o retorno presencial às aulas.
Foto: Arquivo/Agência Brasil
Especialistas do Grupo Técnico Multidisciplinar para o Enfrentamento da Covid-19, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), desaconselharam a volta às aulas presenciais nas escolas do município do Rio de Janeiro. Os pesquisadores se posicionaram nesta quinta-feira (10), em uma nota técnica de duas páginas, apontando os motivos para discordarem do retorno do ensino presencial na capital do estado.
“O retorno presencial das atividades escolares ainda representa grande risco à saúde pública devido ao aumento da vulnerabilidade de grande número de indivíduos da população associada às dificuldades de preparação e resposta a esta situação emergencial”, avaliaram os cientistas da UFRJ.
Os pesquisadores atestaram que depois das medidas de flexibilização das determinações de isolamento na capital, houve um aumento do número de casos. Citaram um recente estudo da Universidade de Harvard comprovando que a carga viral encontrada nas vias aéreas superiores de pessoas de zero a 22 anos de idade é maior que a de adultos diagnosticados e internados em UTIs com coronavírus. O estudo demonstra que crianças e adultos jovens transmitem covid-19, mesmo sem sintomas.
“Preocupações atreladas à transmissibilidade da doença entre escolares, e destes para sujeitos de maior vulnerabilidade, como familiares, funcionários e professores idosos ou com comorbidades, torna essencial a manifestação científica contrária ao retorno das aulas presenciais em escolas no município do Rio de Janeiro neste momento”, diz a equipe da universidade.
Os cientistas da UFRJ avaliaram que “medidas protocolares de checagem de temperatura, sinais e sintomas, utilização de tapetes sanitizantes, entre outros, na admissão de alunos nas escolas podem não impedir, efetivamente, a transmissão do vírus nesses ambientes, colocando em risco a saúde de todos”.
Conforme cálculos dos pesquisadores, o número básico de reprodução no município do Rio de Janeiro, segundo dados recebidos até o dia 6, é de 1,16. Ou seja, 100 pessoas contaminadas podem contaminar outras 116, o que ainda representa expansão da doença. O ideal é que o número esteja abaixo de 1. O estudo completo pode ser acessado na página do grupo na internet.
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