Foto: Reprodução/TV Bahia
Por causa da quarentena do coronavírus, as igrejas passaram a Semana Santa – uma das datas mais importantes do calendário cristão – quase vazias. Só não ficaram totalmente desertas porque padres, e alguns poucos auxiliares, cumpriram com todos os rituais e celebrações e os transmitiram aos fiéis pela internet.
Na catedral de São Sebastião, em Ilhéus, cidade do sul da Bahia, a celebração da Paixão de Cristo, presidida pelo bispo da diocese, Dom Mauro Montagnoli, foi transmitida pelas redes sociais para evitar a aglomeração de pessoas na igreja. Os fiéis estiveram separados, e ao mesmo tempo unidos pela mesma fé.
Em Itabuna, que também fica no sul do estado, a celebração da Paixão de Cristo foi feita na catedral de São José e transmitida nas redes sociais da comunidade.
O bispo Dom Carlos Alberto do Santos falou sobre a importância da celebração e aconselhou as pessoas a não entrarem em pânico. Ele pediu que, neste momento de pandemia, os fiéis busquem a Deus e vivam em comunhão e amor.
No município, as próximas celebrações da Semana Santa também serão transmitidas pelas redes sociais. No sábado de aleluia (11), a orientação da diocese de Itabuna é que como os fiéis não podem ir à catedral de São José e lotar a igreja, nem as paróquias de vários bairros da cidade, é que, em casa mesmo, cada um acenda uma vela e no domingo de páscoa (12), monte um altar com flores e a imagem de Jesus ressuscitado.
Em Feira de Santana, cidade a 100 quilômetros de Salvador, o dia também foi de reflexão. Diferente de todos os anos, a tradição precisou se adaptar, e a celebração da Sexta-feira da Paixão foi de portas fechadas e bancos vazios. Os fiéis acompanharam tudo pela internet, e, mesmo de longe, a oração pelos dias melhores uniu os fiéis e a igreja.
Em Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia, a leitura da Paixão de Cristo também foi transmitida pelas redes sociais. Com a Catedral Nossa Senhora das Vitórias fechada, os cristãos católicos que passavam na rua, mesmo nesse feriado e com o cenário de reclusão social, demonstravam o respeito.
Dentro da igreja, a realização da celebração da Paixão do Senhor aconteceu às 15h, mesma hora em que Jesus Cristo foi morto, pela tradição cristã. O arcebispo da arquidiocese de Vitória da Conquista, Dom Josafá Menezes, também fez uma leitura para os fiéis, e houve a releitura da Decisão do Povo para Com a Liberdade de Cristo.
O período que vai de Domingo de Ramos até a Páscoa é um dos mais ativos para a Igreja Católica. Procissões, terços e celebrações fazem parte da extensa programação de orações em razão do período da paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo, e costumam arrebatar muitos fiéis. Alguns inclusive, só vão a igreja neste período.
A situação é inédita. Nas outras pandemias mundiais já registradas, a Igreja era um refúgio para as pessoas que buscavam na espiritualidade a cura do mal e para aqueles afetados pelas pestes.
O processo agora é inverso. Com a recomendação para evitar aglomerações, a igreja foi forçada a fechar as suas portas e buscar uma nova forma de chegar até os fiéis. A maneira encontrada foi as redes sociais.
Por conta do momento, a igreja tem adquirido uma nova linguagem e tem se adaptado às transmissões ao vivo. Fonte G1 Bahia
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