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segunda-feira, 25 de novembro de 2019

Oito dos 11 estados afetados por óleo descartam material em aterros ou fábricas de cimento, diz Marinha

Oito dos 11 estados afetados pela manchas de óleo que contaminam o litoral brasileiro desde agosto estão destinando os resíduos para aterros sanitários ou fábricas de cimento que reaproveitam o material. Informa o G1

A Marinha do Brasil disse em nota divulgada neste domingo (24) que Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe encaminham o material recolhido nas praias para esses locais, considerados “ambientalmente adequados”. A nota não revela qual o destino do óleo encontrado em Espírito Santo, Maranhão e Rio de Janeiro, estados que também receberam manchas de petróleo.

Desde o início do desastre, em 30 de agosto, 749 localidades foram atingidas, segundo o mais recente balanço do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), com dados até o dia 23 de novembro. Neste sábado os resíduos foram encontrados no Rio de Janeiro, último estado a ser afetado.

De acordo com a Marinha, fábricas de cimento da Votorantim (em Sergipe e Ceará), da Apodi (no Ceará), da Intercement (na Bahia) e da Mizu (no Rio Grande do Norte,) estão recebendo os resíduos de óleo. Em outubro a Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) já havia anunciado interesse em receber o óleo recolhido no litoral do Nordeste e utilizá-lo como combustível para fornos em indústrias do setor.

Investigação federal
A busca pela origem do material que contamina a costa foi alvo de críticas de ambientalistas, que avaliam que o governo demorou a agir. As primeiras manchas de óleo foram localizadas na Paraíba no dia 30 de agosto.

Segundo órgãos federais, a substância é a mesma em todos os locais: petróleo cru. O fenômeno tem afetado a vida de animais marinhos e causado impactos nas cidades litorâneas.

Uma investigação da Polícia Federal aponta que o navio grego Bouboulina é o principal suspeito pelo vazamento. A embarcação carregou 1 milhão de barris de petróleo Merey 16 cru no Porto José, na Venezuela, no dia 15 de julho e zarpou em direção à Malásia, passando pelo litoral da Paraíba no dia 28 de julho.

A empresa Delta Tankers, responsável pelo navio, afirma ter provas de que o Bouboulina não tem relação com o incidente. A Delta foi notificada pela Marinha brasileira junto com responsáveis por outras quatro embarcações de bandeira grega.

Na última sexta-feira (15) a consultoria americana SkyTruth publicou um artigo dizendo que não concorda com a análise que chegou ao Bouboulina. A organização, especializada em monitorar os oceanos por meio de imagens de satélite, disse que não viu “nenhuma evidência convincente de manchas ou fontes de óleo nas imagens” e que “não concorda” com as análises publicadas “por outras pessoas que alegam ter resolvido o mistério.”

Dentre os cinco navios gregos notificados pela Marinha do Brasil na investigação sobre o vazamento de óleo, dois não transportaram petróleo da Venezuela no período de julho até setembro. A Petrobras disse, no último dia 25, que o material encontrado nas praias nordestinas é petróleo bruto originário de três diferentes campos da Venezuela. G1

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