Se por um lado o mundo exige que estejamos todos conectados, para os médicos as redes sociais exigem mais cuidados do que o normal
As redes sociais deixaram de ser apenas uma forma de conexão entre amigos há muito tempo. São fonte de notícias, nichos comerciais e de difusão de ideias e conceitos que transformaram a maneira com que nos relacionamos com o mundo. Esses impactos que atingem todas as pessoas de alguma forma não deixariam de fora uma classe profissional que sempre foi pautada pela relação "olho no olho": os médicos.
O paciente de hoje, batizado pelos estudiosos da modernidade como "Paciente 4.0", não é o mesmo que enxergava no médico uma autoridade máxima em saúde. Ele é uma pessoa que utiliza a internet de forma constante, busca informações de alta qualidade sobre especialistas e serviços médicos, organiza consultas médicas por meio de plataformas online e participa de discussões sobre saúde na web, seja em redes sociais, fóruns ou blogs.
As mulheres determinam esse perfil no Brasil, representando mais de 75% dos usuários. Esse predomínio ocorre porque elas são mais propensas a procurar ajuda profissional para resolver seus problemas de saúde e estão mais conscientes da importância do bem-estar, não apenas para si, mas também para a família.
Essas informações são parte do resultado de uma pesquisa feita em seis países pela Doctoralia, plataforma líder global do setor de agendamento de consultas. Alguns dados provenientes desse estudo têm ligação direta com o que se espera de uma consulta médica, como um atendimento personalizado que reduza a distância entre paciente e profissional.
"O risco à reputação médica com a exposição na rede produziu efeitos similares em profissionais de todos os países. Podemos concluir que o primeiro desafio é ter opiniões a seu respeito, e depois conseguir que elas sejam favoráveis. Neste estudo, o paciente avalia a 'conveniência' do profissional. Nunca houve tanta evidência quanto ao tratamento dos pacientes, a atenção oportuna e resolução de dúvidas por parte dos profissionais para tornar a experiência de ir ao médico mais agradável. O prêmio para o profissional que valoriza tudo isso é o futuro reconhecimento", diz Cadu Lopes, CEO da Doctoralia.
Mas, lidar com esse mundo requer alguns cuidados por parte dos médicos. Antes de tudo, há a necessidade de estar disponível virtualmente, ou seja, estar pronto para receber questionamentos e respondê-los com agilidade, além de ocupar um espaço adequado nas redes sociais. Nesse aspecto, o profissional de saúde deve se preocupar em não misturar sua vida pessoal com a profissional, além de disponibilizar conteúdo que tenha relevância e não apenas propagandear o próprio consultório.
O maior risco de redes sociais na área da saúde é não usá-las. É preciso compreender que hoje, os médicos que optaram por se relacionar melhor com seus pacientes, estão trabalhando não só nas enfermarias, consultórios, clínicas e hospitais, mas também on-line, sem se importarem com a ferramenta, pois o que conta são sempre as pessoas e o resultado das interações entre elas.
"Médicos, assim como qualquer profissional que dê o melhor de si mesmo, não devem temer as opiniões. Mas, como em qualquer atividade humana no século 21, devem promovê-las, aprender com o que os pacientes descrevem no ambiente on-line, corrigir eventuais erros e entender que a interação é a semente da reputação médica nos tempos das mídias digitais. Sem medo. Pautado na verdade. Com um desejo legítimo de escutar para melhorar", afirma Cadu.
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