Com o passar dos anos, a embriaguez chega mais rápido e a ressaca, mais pesada. A mudança é evidente por volta dos 60 anos, mas alguns já percebem uma diferença a partir dos 30.
Uma mesma dose de álcool tem efeitos diferentes em alguém de 20 e 60 anos. Isso acontece porque, ao envelhecer, o corpo perde aos poucos a capacidade de processar essa substância, deixando, assim, uma alta concentração no sangue. O resultado, conhecido por qualquer um que já exagerou na bebida, chega mais rápido: as pernas bambeiam, os reflexos se perdem junto com o senso crítico, vêm a náusea e a sonolência.
“Com o processo de envelhecimento, há uma diminuição na função de diversos órgãos, o que leva a uma dificuldade maior de metabolização”, explica o professor de geriatria da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC) Jarbas Roriz. Ele diz que essa complicação se torna mais evidente apenas por volta dos 60 ou 65 anos, mas os efeitos já podem ser percebidos a partir dos 30 ou 40.
O também diretor científico da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (FBGG) conta que o álcool por si só já provoca a desidratação, principal causa da ressaca. Isso ocorre por meio da inibição do hormônio ADH, fazendo o indivíduo urinar mais. Nos idosos, a situação é ainda pior porque eles sentem menos sede e costumam ingerir menos líquidos.
Além da hidratação constante, Jarbas Roriz indica a moderação do uso do álcool para amenizar a ressaca e maiores danos ao corpo. “O álcool em moderadas quantidades tem até benefícios para a saúde”, afirma. De acordo com ele, o vinho tinto ajuda o coração quando consumido diariamente, mas a dose não pode passar de uma ou duas taças. O médico também diz que o envelhecimento saudável, com prática de exercícios físicos, alimentação saudável e controle de doenças aumenta a resistência aos etílicos, mesmo na terceira idade.
Entenda porque a ressaca piora
Fígado
O fígado é responsável pela metabolização do álcool no organismo. Com a diminuição da função hepática essa função é dificultada, não conseguindo baixar os níveis de álcool no sangue logo após a ingestão. Pessoas que tiveram hepatite também podem ter problemas nessa tarefa.
Rins
Os rins são responsáveis por filtrar e excretar substâncias metabolizadas pelo fígado. A dificuldade em executar essa função pode aumentar o grau de toxidade no corpo. A desidratação causada pelo álcool pode prejudicar ainda mais esse órgão.
Estômago
O estômago é responsável pela digestão de alimentos. Com o processo de envelhecimento, todo o trato gastrointestinal tem uma redução na sua utilidade, tendo maior dificuldade para absorver substâncias. No estômago, a diminuição no tempo de esvaziamento pode deixar o indivíduo empachado.
Cérebro
O tecido cerebral se torna mais vulnerável a ações tóxicas como a do álcool com o passar dos anos. Dessa forma, níveis menores da substância já provocam as reações conhecidas da embriaguez, como perda do equilíbrio, dos reflexos e da atenção. Essa situação pode se tornar perigosa para idosos. Fonte: O Povo
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