por Estadão Conteúdo**Foto: Dudu Macedo/ FotoArena/ Estadão Conteúdo
A passagem de quase dois anos do atacante Robinho pelo Atlético Mineiro está oficialmente encerrada. O contrato do jogador com o clube mineiro se encerrou em 31 de dezembro de 2017 e, como não chegou a um acordo para renová-lo, ele agora está sem time, livre no mercado e com o futuro indefinido para 2018.
No ano passado, ainda durante a disputa do Campeonato Brasileiro, Robinho declarou que aceitaria uma redução no seu salário para permanecer no Atlético-MG em 2018, mas a proposta feita pelo clube para renovar o acordo acabou não sendo aceita.
"Aceitaria, sim. Quando há interesse de ambas as partes é só conversar e sentar. Não há dificuldade nenhuma", afirmara Robinho no fim de outubro, quando recebeu uma homenagem de Daniel Nepomuceno, então presidente do Atlético, pela marca de cem jogos disputados pelo time.
Como o clube enfrenta problemas financeiros, a diretoria recém-eleita para comandar o Atlético nos próximos três anos adotou uma política de redução salarial, algo que provocou inclusive a saída do centroavante Fred. O discurso, porém, foi de que havia interesse na permanência de Robinho, ainda que com um salário mais baixo do que o recebido em 2016 e 2017, mas como uma oferta para um vínculo por mais duas temporadas com o jogador de 33 anos. No entanto, a oferta foi rejeitada por Robinho e sua advogada, Marisa Alija, como explicou Alexandre Gallo, diretor de futebol do Atlético.
"Queremos a continuidade dele. Tivemos a negativa inicial e vamos o que acontece nos próximos dias. A ideia é dar maior tranquilidade possível para ele. Entendo que, vestindo a camisa com essa faixa etária, mas entregando bom futebol, ele queira tranquilidade para trabalhar. Pensei em dar os 24 meses, porque ele gosta da cidade e está muito bem adaptado. A conversa foi saudável com a representante e ela entendeu o projeto que tínhamos para o Robinho. Queremos um projeto para a vida dele. Ele já um jogador realizado, mas queremos dar tranquilidade a ele, entendendo nosso momento e nossas necessidades. Essa definição fica para ele e sua representante", disse Gallo, durante a apresentação oficial da nova diretoria do Atlético, no mês passado.
Porém, as negociações entre Robinho e o clube não foram além da primeira proposta. E assim está encerrada a passagem de quase dois anos de Robinho pelo time, iniciada em fevereiro de 2016, quando a sua contratação foi anunciada após uma apagada passagem pelo chinês Guangzhou Evergrande.
Com a sua contratação, o Atlético manteve uma recente estratégia de se reforçar com jogadores renomados, que teve Ronaldinho Gaúcho como seu principal expoente. E, especialmente na sua primeira temporada pelo clube, Robinho deu uma resposta positiva dentro de campo ao investimento.
Afinal, em 2016 ele foi o jogador que mais marcou gols no futebol brasileiro - 25. Robinho também foi o artilheiro do Campeonato Mineiro e marcou gols importantes do time, como nas semifinais da Copa do Brasil, torneio em que o Atlético foi vice-campeão, assim como ocorreu na competição estadual. E também foi peça importante da campanha no Brasileirão que classificou a equipe à fase de grupos da Copa Libertadores de 2017.
Esse desempenho, porém, não se repetiu em 2017, ano em que Robinho foi apenas 13 vezes às redes. Ainda assim, alguns gols foram decisivos, especialmente em clássicos contra o Cruzeiro, na finalíssima do Mineiro, vencida pelo Atlético, e no segundo turno do Brasileirão.
Isso, porém, não foi suficiente para que Robinho fosse mantido em 2018 no clube, ainda mais que o time terá receita reduzida em relação a anos anteriores, especialmente por não ter conquistado uma vaga na próxima Libertadores. Assim, ele encerra a passagem pelo Atlético com 35 gols marcados em 109 jogos, além de um título mineiro. E a sua saída intensifica a reformulação do setor ofensivo, que já havia perdido Fred e terá uma nova "cara" em 2018.
Já Robinho agora precisa definir o seu futuro profissional. O Santos, onde iniciou a sua carreira e teve três passagens, é sempre um clube que tem seu nome ligado ao atacante, mesmo que o presidente eleito José Carlos Peres tenha declarado anteriormente que não estava em negociações com ele. Além disso, admitiu que a condenação em primeira instância a nove anos de prisão na Itália por caso de violência sexual, em incidente ocorrido quando era jogador do Milan, poderia pesar na sua decisão de não contratá-lo.
"Não prometi Robinho. Entendo que é um jogador identificado, tem que ser bem tratado na Vila, é um ídolo, mas há essa questão da Itália. O Robinho tem que se defender. Se estiver culpado, terá que pagar. Não podemos massacrar quem está em julgamento. Ele tem todo direito de se defender na segunda instância", afirmou, dias após sua vitória na eleição do Santos, em entrevista à ESPN Brasil.
O Santos, porém, poderia rever essa postura, ainda mais por ter sofrido várias perdas recentes no setor ofensivo, com as saídas de Lucas Lima e Ricardo Oliveira. E o fato de Robinho estar livre de contrato, poderia facilitar a negociação para o clube, que sofre com problemas financeiros e vem encontrando dificuldades para se reforçar e até oficializar a chegada do técnico Jair Ventura.
O atacante, porém, garante não ter pressa para definir o seu destino para 2018. Ao menos foi o que ele afirmou no final de dezembro, durante um jogo beneficente em Caieiras, na região metropolitana de São Paulo.
"Sinceramente ainda não decidi. Estou descansando mesmo, desligando o telefone. Estou procurando descansar com a família, porque é muito curto o período de férias. Lá para janeiro, eu tomo a decisão onde eu vou jogar, uma decisão tranquila, sem pressa", afirmou, ao SporTV, Robinho, estrela do futebol brasileiro que agora está oficialmente sem time.
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