Foto: Pixabay
Uma nova descoberta científica pode ajudar a medicina a encontrar a cura para a cirrose, doença que causa lesões no fígado e é provocada por infecções virais e bacterianas, alcoolismo crônico e até mesmo ingestão de medicamentos.
Conduzida na Universidade Federal de São Paulo— em parceria com o Instituto Butantan e a Universidade de Surrey (Inglaterra) —, a pesquisa encontrou no anfíbio Siphonops annulatus (conhecido popularmente por cobra-cega) uma chance para tratar quem sofre da doença.
“O método de abordagem que temos hoje é o de eliminar os fatores para não evoluir a inflamação, como é o caso de parar o consumo de álcool, suspender o uso de medicamentos e tratar as infecções”, explica Robson Gutierre, cientista, professor colaborador dos departamentos de Morfologia e Neurologia da Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp) e pesquisador à frente do estudo.
Cólageno da cobra-cega
Enquanto estudava o fígado da cobra-cega — animal que analisa há 14 anos —, o cientista Gutierre descobriu que o anfíbio possui melanomacrófagos, células especializadas em fagocitar e digerir colágeno.
“Acreditamos que esse seja um mecanismo de evolução que a cobra-cega desenvolveu para detectar quimicamente o colágeno e renová-lo”, explica o pesquisador da Unifesp.
“Essa é uma característica nunca observada em qualquer outro animal. Talvez outros anfíbios sejam capazes de fazer isso, mas ainda não sabemos”, acrescenta.
É que na cirrose, quando o fígado é infeccionado e atacado por corpos estranhos, passa a metabolizar fatores químicos para se defender.
Essa metabolização ocasiona uma reação inflamatória no órgão, levando-o a produzir colágeno, proteína estrutural e necessária ao organismo, para se autorregenerar e cicatrizar suas feridas. Porém, isso causa um efeito adverso.
Para reverter essa situação, duas medidas devem ser adotadas: a produção de colágeno deve ser interrompida e o colágeno produzido em excesso (a fibrose) deve ser eliminado. CONTINUE LENDO
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